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Automóveis, petróleo e medicamentos derrubam a produção industrial em setembro

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Indústria brasileira encolheu 0,4% e demonstra sinais de perda de ritmo; setores agroindustriais foram os destaques positivos.

 

produção industrial do Brasil encolheu 0,4% no mês de setembro em comparação a agosto. O resultado elimina boa parte do desempenho de agosto, quando a indústria nacional teve um crescimento de 0,7%, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

 

Apesar da queda em relação a agosto, quando comparada ao mesmo período do ano passado, a produção industrial nacional registrou um crescimento de 2%. Em 2025, o avanço é de 1%, enquanto em 12 meses o crescimento acumulado é de 1,5%.

 

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, nos meses entre abril e julho, o total da produção industrial teve um comportamento predominantemente negativo e acumulou nesse período perda de 1,3%.

 

“No resultado de setembro, o setor industrial voltou a registrar perda, influenciada por segmentos de peso na estrutura industrial como a indústria farmacêutica (medicamentos), setor extrativo (óleos brutos de petróleo) e indústria automobilística (automóveis e autopeças), que, em conjunto, respondem por aproximadamente 23% do total da indústria geral”, disse o pesquisador.

 

No total, 12 das 25 atividades industriais do país tiveram redução na passagem de agosto para setembro. As maiores influências negativas ficaram por conta da indústria farmacêutica (-9,7%), indústria extrativista (-1,6%) e automobilístico (-3,5%).

 

Entre as atividades que tiveram crescimento, a indústria de alimentos foi o principal destaque de setembro com avanço de 1,9%. Essa foi a terceira alta consecutiva da indústria de alimentos, que, agora, acumula expansão de 4,4%.

 

Outras influências positivas relevantes vieram de produtos do fumo (19,5%), de produtos de madeira (5,5%), de produtos de borracha e de material plástico (1,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,7%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (2,0%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (2,3%), de bebidas (1,1%) e de metalurgia (0,5%).

 

 

Desempenho em 2025

No índice acumulado de janeiro a setembro de 2025, a produção industrial teve um avanço de 1%. Entre as atividades, as principais influências positivas foram as indústrias extrativas (4,1%), máquinas e equipamentos (6,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%) e produtos químicos (2,4%). Outras contribuições positivas relevantes foram assinaladas pelos ramos de produtos têxteis (10,8%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (9,3%) e de metalurgia (2,7%).

 

Por outro lado, entre as oito atividades que apontaram redução na produção, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria, pressionada, principalmente, pela menor produção de álcool etílico.

 

“Com o resultado de setembro, a indústria não exercerá uma grande contribuição sobre o PIB do terceiro trimestre de 2025. Com a acomodação no crescimento do varejo e dos serviços, além da contribuição negativa do agronegócio, esperamos que o PIB recue na margem, em 0,2% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre desse ano. Ainda assim, esperamos que o PIB apresente um crescimento de 2% no ano”, disse André Valério, economista sênior do Inter.

 

Fonte: Istoé
Foto: Reprodução