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Estudo indica que molécula intestinal pode reduzir risco de diabetes tipo 2

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Levantamento identificou o composto TMA, capaz de reduzir a inflamação no organismo e melhorar a resposta à insulina.

 

Uma pequena molécula produzida por bactérias que vivem no intestino humano pode ajudar a reduzir o risco de diabetes tipo 2, conforme estudo publicado pela revista Nature Metabolism. O levantamento identificou o composto TMA (trimetilamina), capaz de reduzir a inflamação no organismo e melhorar a resposta à insulina.

 

O diabetes tipo 2 ocorre quando a insulina deixa de agir corretamente e gera o acúmulo de glicose no sangue. Assim, a descoberta resultou de pesquisadores que investigaram se substâncias produzidas pela microbiota intestinal poderiam interferir nesse processo.

 

Além disso, o problema costuma associar-se ao excesso de peso, alimentação inadequada e processo contínuo da inflamação no organismo.

 

O que é TMA?

A TMA é uma molécula produzida quando certas bactérias do intestino quebram nutrientes presentes nos alimentos. Até a pesquisa, ela era mais conhecida como TMAO, associada a problemas cardiovasculares.

 

O novo estudo mostra, contudo, que a substância pode ter efeitos positivos sobre o metabolismo. Nos experimentos, cientistas observaram que a TMA atua bloqueando uma enzima chamada IRAK4, que participa de vias inflamatórias do corpo.

 

Após reduzir tal inflamação, a molécula ajuda as células a responderem melhor à insulina, contribuindo para o controle da glicose no sangue.

 

 

Desenvolvimento da pesquisa

A pesquisa ocorreu principalmente em células humanas e camundongos alimentados com dietas ricas em gordura, um modelo comum para estudar resistência à insulina.

 

Nos animais que apresentaram níveis mais altos de TMA, houve menos inflamação e melhor controle do açúcar no sangue. Conforme os autores, esse efeito sugere que a substância pode atuar como um tipo de “freio” em processos inflamatórios que favorecem o diabetes tipo 2.

 

Microbiota intestinal e saúde metabólica

Já se sabe que a microbiota intestinal relaciona-se à saúde metabólica. O objetivo do estudo é mostrar, com mais clareza, qual molécula está envolvida e como age no organismo.

 

Os pesquisadores destacam que a TMA parece ter um papel diferente da TMAO, e reforçam que nem todas as substâncias produzidas pelas bactérias intestinais têm efeitos negativos.

 

Possíveis resultados

Apesar dos resultados promissores, os testes ainda não ocorreram diretamente em pessoas com diabetes tipo 2. Assim, cientistas alertam que são necessários estudos clínicos em humanos para confirmar se o efeito observado em laboratório também acontece no cotidiano.

 

No futuro, a descoberta pode abrir caminho para novas estratégias de prevenção e tratamento. A identificação de uma molécula produzida por bactérias intestinais capaz de reduzir inflamação e melhorar a ação da insulina reforça a importância do intestino na saúde metabólica.

 

Fonte: Midiamax
Foto: Reprodução