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Como a semaglutida atua no tratamento do diabetes tipo 2

Diabetes - Cuidados e riscos da doença

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No último dia 14 de novembro, foi celebrado o  Dia Mundial do Diabetes, data que visa alertar a população sobre os cuidados e riscos  da doença, além de aumentar a conscientização em torno desse tema.

 

No Brasil, cerca de 16 milhões de pessoas são acometidas pelo diabetes tipo 2,1 e o  acompanhamento médico é fundamental, uma vez que a diabetes tipo 2 pode estar  relacionada com outras enfermidades.

 

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“Há uma série de complicações decorrentes da falta de controle ou diagnóstico prévio do diabetes tipo 2, como, por exemplo, a amputação. Se os indivíduos observassem seus pés, conseguiriam ter alguns indícios e procurar tratamento”, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, o  endocrinologista João Eduardo Nunes Salles.

 

O médico também ressaltou que o desafio de conscientizar a população mundial sobre  os riscos é constante, uma vez que o diabetes é uma doença ‘que não dói’, ou seja,  possui poucos ou quase nenhum sintoma. Entretanto, salienta que, felizmente, já  existem mecanismos que evitam a sua evolução – quanto antes for feito o diagnóstico.

 

Diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares acometem cerca de 43% das pessoas com diabetes tipo 2 no Brasil.Além disso, 90% dos indivíduos com a condição e com doença cardiovascular  estabelecida evoluem para doença cardiovascular aterosclerótica.2

 

Cerca de 10% desses pacientes utilizam o análogo do GLP-1 e as principais diretrizes  recomendam o uso dessa classe de medicamentos como uma das primeiras linhas  para pacientes com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular aterosclerótica.2 A indicação está embasada em diversos estudos cardiovasculares com os análogos do  GLP-1 que revelaram efeitos benéficos para os pacientes com diabetes tipo 2.3

 

Semaglutida no tratamento do diabetes tipo 2

A semaglutida é uma molécula análoga do hormônio GLP-1 e desde 2019 é  comercializada no Brasil pela Novo Nordisk em sua versão injetável (Ozempic®) e,  desde 2022, na apresentação oral (Rybelsus®). É utilizada para reduzir o açúcar no  sangue (glicose sanguínea) em adultos com diabetes tipo 2 estimulando a secreção de  insulina e diminuindo a secreção de glucagon, somente quando a glicose sanguínea  estiver elevada.4

 

Atualmente, o Ozempic® é o único GLP-1 semanal para tratamento do diabetes tipo 2 e  associa controle glicêmico superior com perda de peso significativa e sustentada, além  de ter comprovados benefícios cardiovasculares.6-12 Estudos revelam que o tratamento  com o medicamento resultou em uma redução de risco significativa de mortalidade por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular  cerebral não fatal.5-11

 

Rybelsus® é o primeiro GLP-1 oral disponível no mercado, e possui uma tecnologia  (SNAC) que impede a pílula de se quebrar no ácido estomacal, fazendo com que o  medicamento seja absorvido pela parede do estômago, chegando à corrente  sanguínea.O medicamento está disponível nas doses de 3mg (dose para titulação),  7mg e 14mg (dose de manutenção do tratamento). Deve ser tomado em jejum, ao  acordar, com 120 ml de água.

 

Os medicamentos se tornam importante ferramenta para os pacientes, uma vez que  tratar o diabetes de maneira inadequada pode ocasionar o desenvolvimento de outras  doenças, comprometimento cognitivo, perda de memória e de funções executivas.  “Ademais, o diabetes aumenta em duas vezes a depressão, devido à falta de insulina  no cérebro”, ressalta Dr. Salles.

 

“Além disso, a semaglutida reduz o peso, aumenta a secreção de insulina, suprime a  glicose hepática, e reduz os lipídios e a inflamação – já que o paciente com diabetes é  um inflamado crônico – melhora o perfil lipídico, reduz a pressão sanguínea, tem  efeitos renoprotetores e anti-ateroscleróticos”,12-16 finaliza Dr. Salles.

 

Diabetes - Cuidados e riscos da doença
Diabetes – Cuidados e riscos da doença

 

Referências

1. Site da Sociedade Brasileira de Endocrinologiae Metabologia. Disponível em:  http://www.endocrino.org.br/numeros-do-diabetes-no-brasil/. 2. As 17

2. Mosenzon, et al. CAPTURE: a cross-sectional study of the contemporary (2019) prevalence  of cardiovascular disease in adults with type 2 diabetes across 13 countries. Presented at  the 56th Annual meeting of the European Association for the Study of Diabetes (EASD), 21– 25 September 2020

3. Marso SP, Bain SC, Consoli A, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes in patients  with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2016;375: 1834-1844.

4. Bula de Ozempic®. Disponível em:  https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/detalhe/1220881?numeroRegistro=117660036.  Acesso em 10.11.2023

5. Rodbard H, Lingvay I, Reed S, et al. Efficacy and safety of semaglutide once-weekly vs  placebo as add-on to basal insulin alone or in combination with metformin in subjects with  type 2 diabetes (SUSTAIN 5). Abstract number 766. European Association for the Study of  Diabetes 52nd Annual Meeting (EASD), Munich, Germany; 12-16 September 2016.

6. Marso SP, Bain SC, Consoli A, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes in patients  with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2016;375: 1834-1844.

7. Aroda, VR, et al. PIONEER 1: Randomized Clinical Trial of the Efficacy and Safety of Oral  Semaglutide Monotherapy in Comparison With Placebo in Patients With Type 2 Diabetes.  Diabetes Care, 2019. 42(9): p.1724-1732.

8. Husain M, et al. Oral semaglutide and cardiovascular outcmoes in patients with type 2  diabetes. N Engl J Med. 2019; 381: 841-51.

9. Kapitza C et al. Effects of semaglutide on beta cell fucntion and glycaemic control in  participants with type 2 diabetes: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.  Diabetologia. 2017; 60:1390-9.

10. Korsatko S et al. Effect of once-weekley semaglutide on the coumterregulatory response to  hypoglycaemia in people with type 2 diabetes: a randomized, placebo-controlled, double blind, crossover trial. Diabetes Obes Metab. 2018 20:2565–73.

11. Blundell J et al. Effects of once-weekley semaglutide on appetite, energy intake, control of  eating, food preference and body weight in subjects with obesity. Diabetes Obes Metab.  2017; 19:1242–51.

12. Kapitza C et al. Effects of semaglutide on beta cell fucntion and glycaemic control in  participants with type 2 diabetes: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.  Diabetologia. 2017; 60:1390-9.

13. Korsatko S et al. Effect of once-weekley semaglutide on the coumterregulatory response to  hypoglycaemia in people with type 2 diabetes: a randomized, placebo-controlled, double blind, crossover trial. Diabetes Obes Metab. 2018 20:2565–73.

14. Blundell J et al. Effects of once-weekley semaglutide on appetite, energy intake, control of  eating, food preference and body weight in subjects with obesity. Diabetes Obes Metab.  2017; 19:1242–51.

15. HjerpstedJ B et al. Semaglutide improves pós-prandial glucose and lipid metabolismo, and  delas first-hour gastric emptying in subjects with obesity. Diabetes Obes Metab. 2018;  20:610-9.

 

 
Foto: Shutterstock
Fonte: Guia da Farmácia