Cuidado aos idosos nas enchentes do Rio Grande do Sul!
As enchentes no Rio Grande do Sul deixarão marcas difíceis de serem apagadas, principalmente nas pessoas que sofreram de perto esta tragédia.
Dentre estas pessoas, estão os idosos, certamente, junto com as crianças, os maiores atingidos, no caso dos idosos, seja pela fragilidade do próprio envelhecimento (óssea e muscular), como também pela questão de que muitos moram sós, sem terem a quem recorrer nos piores momentos.
Estima-se que metade das pessoas que morreram até agora, em virtude das enchentes no Sul, sejam idosos! Muitos, moravam sós, e mal tiveram a quem recorrer nos piores momentos. Perderam suas casas, fruto do trabalho de uma vida toda e viram bens materiais irem embora quase que de uma só vez. Mas, felizmente, muitos, conseguiram manter a maior riqueza, a vida, sobreviveram.
Mas e agora, como retomar as suas vidas e como manter o cuidado à saúde?
A pessoa idosa, em sua grande parte, depende dos equipamentos de saúde, passa por consultas e avaliações médicas e da equipe multiprofissional, retira medicamentos, faz exames.
Os medicamentos utilizados pelos idosos, em sua grande parte, são de uso contínuo. Idosos usam anti-hipertensivos, cardiotônicos, antidiabéticos, dentre outros.
A não continuidade dos tratamentos coloca em sério risco a qualidade de vida destas pessoas, além de comprometer diretamente a saúde de cada um deles.
Ações organizadas e planejadas para curto, médio e longo prazo precisam ser imediatamente empreendidas para que os danos não sejam ainda maiores, como por exemplo, internações hospitalares e óbitos.
Quero sugerir algumas medidas que precisam ser tomadas neste processo de cuidado à pessoa idosa, pós enchentes no Sul.
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1º – acolhimento: identificação da rede de apoio de cada idoso (familiares, amigos).
2º – avaliação do estado geral de saúde: exames físicos e laboratoriais (os mais simples) para checagem do estado geral de cada idoso, não importando apenas se o idoso “declara estar bem”, é preciso checar!
3º – Inventário / Levantamento quanto à continuidade ou descontinuidade dos tratamentos: identificar, para cada idoso, quais as doenças crônicas e em caso positivo, verificar se deixaram ou não de usar os seus respectivos medicamentos, por quanto tempo, parcial ou totalmente. Caso sejam encontrados medicamentos em poder de cada idoso, analisar se estão em condição de uso, dado o risco de umidade, contaminação ou perda da atividade (exemplo: insulinas).
4º – Iniciar de forma instantânea a rápida reposição das terapias interrompidas, por meio de agentes de saúde (SUS), com a parceria e participação da medicina privada, ONGs, Institutos, Lions, Rotary Club e demais.
Quem sabe, os grandes grupos empresariais no ramo varejista farmacêutico, juntamente com as operadoras de saúde e indústria farmacêutica, possam encampar estas ações?
5º – avaliar as questões psicológicas, pois os impactos serão sentidos e podem trazer transtornos ou servir como “gatilho” para problemas relacionados à saúde mental de cada um.
Não são tarefas fáceis e muito provavelmente parte delas ou em sua totalidade, quem sabe, já estejam sendo tomadas, mas fica aqui o reforço para que não haja demora, visto que, conforme já citado, os idosos, em grande parte, são vulneráveis e precisam do cuidado e acolhimento.