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Campanha visa estimular o descarte e o uso correto de antibióticos

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Medidas incluem ações simples e cotidianas, como perguntar ao médico se realmente precisa tomar o remédio e não interromper o tratamento

 

 

Uma campanha lançada no Brasil tem o objetivo de estimular o descarte e o uso correto de antibióticos. A iniciativa é do Instituto Latino-americano de Sepse (ILAS), em colaboração com a Sepsis Alliance e a UK Sepsis Trust e com patrocínio da bioMérieux e da Pfizer.

A ação acontece até 31 de janeiro e visa ajudar a população a compreender como atitudes cotidianas contribuem no enfrentamento do desafio crescente da resistência antimicrobiana (RAM).

Denominada Não tome de forma errada, a campanha conta com três pontos principais, que envolve conversar com o profissional de saúde para saber a real necessidade da prescrição do medicamento; a importância de terminar o tratamento completo e tomar exatamente como prescrito; e eliminar os antibióticos não utilizados de forma responsável e nunca os partilhar com outras pessoas.

“É importante descartar os medicamentos não utilizados em uma farmácia e nunca no lixo comum, pia ou vaso sanitário, pois tal ato pode levar a fugas de antibióticos para o ambiente (por exemplo, rios e solos), agravando a RAM”, afirma Daniela Carla de Souza, médica pediátrica e presidente do ILAS.

Segundo ela, a resistência antimicrobiana não é um problema futuro e sem antibióticos eficazes, o tratamento da sepse torna-se extremamente difícil e o Brasil tem elevadas taxas de uso de antibióticos. “São medicações importantes, mas nem todo uso é seguro ou necessário”, complementa. A expectativa é colaborar para que as pessoas compreendam quais são os cuidados diários indicados para utilizar os antibióticos de forma adequada.

 

Importância do uso correto de antibióticos para evitar a RAM

Os antimicrobianos são uma categoria de medicamentos utilizados para prevenir e tratar infecções em humanos, animais e plantas. Eles incluem antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários.

resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, fungos, parasitas ou vírus evoluem de forma a tornar ineficazes os tratamentos desenvolvidos para combatê-los. Esse mecanismo favorece o surgimento de infecções resistentes aos medicamentos, o que acaba tornando muito mais difícil (se não impossível) tratar e curar as infecções.

 

 

O aumento global da resistência antimicrobiana também leva a um aumento de condições potencialmente fatais, como a sepse, que é uma reação exagerada e grave do organismo a uma infecção.

Uma análise do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde constatou que 171 mil pessoas morreram no Brasil de causas relacionadas à resistência antimicrobiana em 2019. Globalmente, o número de mortes associadas à resistência antimicrobiana (RAM), segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), deverá chegar a 10 milhões por ano até 2050.

Apesar desses números, um em cada três adultos não sabe o que é a resistência antimicrobiana (RAM) e 48% desconhecem que a sepse é uma complicação potencial (reação exagerada e grave a uma infecção no organismo), conforme levantamento da Sepsis Alliance.

 

 

 

Fonte: Panorama Farmacêutico
Foto: Freepik