Possíveis tratamentos para a doença têm atraído bilhões em investimentos
O ano de 2025 pode ser um divisor de águas quando o assunto são medicamentos para Alzheimer. Depois do boom dos remédios para o emagrecimento, possíveis tratamentos para a doença são o novo Eldorado da indústria farmacêutica. As informações são do InvestNews.
Laboratórios como Biogen, Eli Lilly, Novo Nordisk e Roche estudam o distúrbio neurológico e não estão poupando esforços quando o assunto são os investimentos nesta área terapêutica. A expectativa da Bloomberg Inteligence é que esse mercado pode chegar a US$ 13 bilhões nos próximos cinco anos (R$ 79,3 bilhões).
“A oportunidade continua sendo enorme. Se obtivermos um medicamento forte que modifique a doença e ensaios clínicos muito positivos, as previsões podem ser revisadas para cima de forma bastante significativa e rápida”, comenta Chris Eccles, gerente de portfólio da AXA Investment Managers.
Possíveis medicamentos para Alzheimer já impactaram a Bolsa
Um exemplo da volatilidade desse mercado ressaltada por Eccles pôde ser vista em novembro de 2020. Em um único dia, as ações da Biogen dispararam 44% após a informação de que um medicamento experimental parecia ser eficaz.
O movimento contrário também foi rápido. Os papéis despencaram em apenas dois dias, após o painel de consultores da FDA não apoiar o tratamento. O remédio em questão até acabou sendo aprovado, mas foi abandonado pela farmacêutica pouco tempo depois, devido ao debate sobre sua real eficácia.
Quem está no páreo?
Segundo a publicação, seis são os nomes para se manter no radar quando o assunto são os medicamentos para o Alzheimer: Biogen e Eisai; Eli Lilly, Novo Nordisk, Roche e UCB.
A Biogen e a Eisai desenvolveram o Leqembi (donanemabe), que foi descoberto pela BioArtic AB. O remédio já foi aprovado nos Estados Unidos para infusão e a expectativa é que uma versão domiciliar chegue ao mercado neste ano.
O donanemabe, da Eli Lilly, atende pelo nome de Kisunla. Agora, a farmacêutica estuda um medicamento complementar chamado remternetug. Ainda em fase de estudo, os resultados devem ser divulgados entre o fim de 2025 e o começo de 2026.
A semaglutida, presente no Ozempic, pode ter outro uso em breve. A Novo Nordisk notou um risco consideravelmente menor do diagnóstico de Alzheimer em pacientes que fizeram uso da caneta para diabetes tipo 2. O laboratório estuda o princípio ativo para a doença e deve divulgar os resultados no segundo semestre.
A Roche, por sua vez, concluiu a primeira parte de um estudo inicial para o trontinemabe. A companhia ainda aguarda mais dados para decidir se segue no desenvolvimento ou se abandona o projeto.
Quem também está em compasso de espera é a UCB. A empresa belga ainda não divulgou se seguirá ou não com o desenvolvimento do bepranemabe, mas a expectativa é positiva.
Testes já viraram polêmica
Mas nem tudo são flores nesse mercado. Os testes envolvendo donanemabe, por exemplo, deram o que falar nos Estados Unidos. Reportagens do New York Times e do The Times revelaram que a Eisai e a Eli Lilly não revelaram para alguns de seus voluntários que eles eram mais propensos a sofrer com efeitos colaterais durante os ensaios clínicos.