Dessa vez, escassez ocorre no verão, quando casos da doença são mais comuns
As farmácias voltaram a notar dificuldades para reabastecer seu estoque com vacina da dengue. A Takeda, dona da do imunizante Qdenga, estaria enfrentando limitações logísticas e de produção, o que motivou uma maior atenção à demanda vinda do SUS. As informações são do portal O Sul.
No ano passado, a farmacêutica já havia enfrentado alguns desafios para atender os inúmeros pedidos da vacina. Agora, a escassez chega no verão, estação onde as ocorrências da doença são mais comuns.
Em 2024, foram registrados mais de seis mil casos de morte por causa da infecção, que atingiu cerca de 6,6 milhões de pacientes, segundo dados do Ministério da Saúde.
Vacina da dengue: nove milhões de doses serão destinadas ao SUS
A Takeda irá fornecer nove milhões de doses da vacina da dengue para o Ministério da Saúde. O ponto é que, no SUS, o imunizante só é aplicado em jovens que tem entre 10 e 14 anos.
Cabe aos demais públicos buscar a vacinação nas farmácias e clínicas de vacinação particulares. O problema é que, por meio de nota, a farmacêutica já afirmou que “o número de doses disponibilizadas ao setor privado permanece limitado”.
RD Saúde e DPSP suspendem a primeira dose
O esquema vacinal contra a dengue é composto por duas doses com um intervalo de 90 dias entre elas. Para garantir o atendimento dos pacientes que já iniciaram o processo, a RD Saúde e o Grupo DPSP suspenderam o serviço. Ambos os grupos afirmam ter doses suficientes para atender os pacientes que precisam apenas da dose final.
Takeda quer reforçar capacidade produtiva
Para evitar novos episódios de desabastecimento e atingir a meta de 100 milhões de doses produzidas por ano, a Takeda deseja ampliar sua capacidade produtiva. Para tal, a farmacêutica pretende inaugurar um novo parque fabril na Alemanha ainda neste ano.
“Ao mesmo tempo, a empresa está comprometida com os esforços para estabelecer novas parcerias para acelerar a capacidade de produção da vacina no Brasil e no mundo”, afirma por nota o laboratório.
Um exemplo dessas tratativas citadas pela fabricante foi fechada com a Fiocruz no último mês de outubro. As negociações entre as partes começaram no início de 2024 e, há cerca de três meses a fundação entrou com um pedido formal para garantir a transferência de tecnologia.