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Clembuterol: remédio veterinário usado como anabolizante pode ser fatal

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Usada irregularmente para fins estéticos, medicação destinada para tratamento de asma em cavalos pode causar danos irreversíveis

 

Além dos famosos anabolizantes, outras medicações ganham o mercado como uma alternativa perigosa para melhoria de performance e ganho de massa muscular entre atletas e frequentadores de academias.

O clembuterol é uma dessas drogas. No Brasil, o remédio tem uso veterinário controlado, mas é comercializado ilegalmente como um anabolizante.

O uso em humanos oferece diversos riscos à saúde cardiovascular: os danos ao coração podem ser irreversíveis e os efeitos colaterais podem levar à morte.

 

O que é clembuterol?

O clembuterol é um medicamento descongestionante e broncodilatador. Em alguns países, já foi empregado no tratamento de doenças respiratórias em humanos, mas atualmente a maior parte do mundo autoriza

seu uso apenas para tratar crises de asma em cavalos.

A droga, também conhecida como “clen”, começou a circular entre atletas e fisiculturistas na década de 1980, como uma alternativa aos esteroides.

O clembuterol é um anabolizante, mas não um hormônio esteroide – por isso, chamou a atenção ao não gerar os efeitos colaterais androgênicos, como crescimento de pelos, causados pelos esteroides

clássicos. No entanto, as consequências do consumo inadequado são igualmente ou mais graves do que as dos demais anabolizantes.

Apesar de não ser derivado da testosterona, o fármaco também acelera o metabolismo, funcionando como termogênico e promovendo queima de gordura.

O uso já foi proibido entre atletas: tanto o Comitê Olímpico Internacional (COI) quanto a Agência Mundial de Antidopagem listam o composto entre as substâncias proibidas.

Também é vetada a aplicação em animais de corte – há casos de contaminação pela ingestão da carne de animais que receberam a droga irregularmente, com o propósito de ganho muscular mais veloz para o abate.

 

 

 

 

Efeitos colaterais do clembuterol

No organismo, o clembuterol atua de forma semelhante à adrenalina. Como é um termogênico, pode também aumentar a temperatura do corpo.

Alguns efeitos colaterais são:

  • Taquicardia;
  • Arritmia;
  • Tremores musculares;
  • Tontura;
  • Vômitos;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Náusea;
  • Dor de cabeça;
  • Convulsões;
  • Sintomas psicóticos;
  • Rabdomiólise.

 

Riscos à saúde

Os impactos do uso de clembuterol são conhecidos a partir de casos em que a ingestão levou à intoxicação, gerou sintomas ou mesmo levou à morte.

Não há indicação de uma dose segura da substância, já que testes em humanos não são realizados. Como a comercialização é ilícita, o remédio também pode ser adulterado e vendido misturado a outras drogas, o que só incrementa os riscos.

As doses utilizadas entre atletas costumam ser muito maiores do que as administradas para animais. O perigo é ainda maior porque o clembuterol é facilmente absorvido pelo organismo, e permanece no sistema por até 39 horas, prolongando os danos que acompanham os efeitos colaterais.

As alterações cardiovasculares podem levar a lesões irreversíveis às fibras cardíacas. O coração pode sofrer hipertrofia, ou seja, aumentar de tamanho – condição capaz de levar à falência cardíaca. O clembuterol pode gerar infarto e levar à morte. Além disso, quedas nos níveis de magnésio, fósforo e potássio são outras consequências do uso.

Não há antídoto para a substância. Após o atendimento emergencial, o tratamento consiste em aplacar os sintomas.

 

 

 

Fonte: Veja Saúde
Foto: Reprodução