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Sincofarma alerta: intoxicações por metanol em bebidas alcoólicas exigem encaminhamento imediato às unidades de saúde

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Farmacêuticos têm papel estratégico na identificação precoce e encaminhamento de casos suspeitos.

 

São Paulo, 30 de setembro de 2025 –  O Sincofarma‑SP vem a público chamar a atenção da categoria farmacêutica e da população para o crescente número de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, identificados em diversas regiões do Estado. Trata‑se de uma situação grave, que exige encaminhamento de urgência às unidades hospitalares para prevenir consequências irreversíveis ou fatais.

 

Nos últimos anos, surtos de intoxicação por metanol foram relatados sobretudo entre pessoas em situação de rua que ingeriram álcool etílico oriundo de postos de combustíveis contaminado com metanol — segundo nota técnica do CRF‑SP. Agora, o alerta se intensifica diante de casos ligados ao consumo de bebidas alcoólicas comercializadas irregularmente em bairros da capital e no interior paulista.

 

 

Sintomas e Distinções Importantes 

A intoxicação por metanol pode inicialmente se manifestar de forma semelhante a uma embriaguez comum, o que pode dificultar o reconhecimento precoce. Segundo a Agência Brasil, os sintomas iniciais costumam surgir, em média, entre 12 e 14 horas após a ingestão, e podem incluir:

  • Dor de cabeça
  • Náuseas e vômitos
  • Dores abdominais
  • Confusão mental
  • Visão turva ou súbita
  • Cegueira

 

Nem todos os sintomas aparecem de forma uniforme nem em sequência fixa.

 

Na evolução do quadro, segundo o portal, os sinais podem se agravar e incluir:

  • Alteração visual grave (visão dupla, turvação, manchas, intolerância à luz, cegueira)
  • Acidose metabólica (alteração no equilíbrio ácido‑base)
  • Coma
  • Insuficiência respiratória, que pode levar ao óbito

 

Esses sintomas intensos decorrem da metabolização do metanol em substâncias tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que provocam dano celular, particularmente ao sistema nervoso e ao nervo óptico, completa a agência do governo.

 

 

Gravidade depende do tempo de atendimento

O tempo entre a ingestão da substância e o início do tratamento é determinante para reduzir os danos. Quanto mais rápido for o atendimento médico, maiores as chances de reverter complicações. O antídoto mais eficaz, o fomepizol, só pode ser administrado em ambiente hospitalar por equipe especializada. Em casos severos, pode ser necessária hemodiálise, além do uso de corretores de acidez (como bicarbonato) e suplementação de ácido fólico.

 

Mesmo pequenas doses de metanol podem provocar cegueira, e a intoxicação pode ser fatal.

 

Papel estratégico do Farmacêutico

O Sincofarma‑SP reforça que farmacêuticos de farmácias e drogarias devem estar atentos ao atendimento de pessoas que apresentem sintomas compatíveis após consumo de bebida alcoólica. Ao suspeitar de intoxicação por metanol, recomenda-se:

 

  1. Fazer anamnese rápida (identificar consumo recente de bebida alcoólica e sintomas)
  2. Reconhecer os sinais compatíveis (especialmente alterações visuais que se iniciam ou pioram após horas)
  3. Encaminhar imediatamente o paciente para unidade de saúde com serviço de urgência

 

Essa conduta é vital porque muitos casos podem ser confundidos com intoxicação etílica comum e, se subestimados, evoluir para quadros graves.

 

Diante da gravidade da intoxicação por metanol, o Sincofarma‑SP orienta que, ao menor sinal suspeito, o encaminhamento rápido pode salvar vidas e prevenir sequelas como cegueira irreversível. Cabe ao farmacêutico, em seu papel de vigilância à saúde pública, reconhecer os sinais — especialmente os visuais — e agir com responsabilidade para garantir que a pessoa receba atendimento adequado o mais rápido possível.

 

Fonte: Sincofarma SP
Foto: Reprodução