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Pílula da longevidade? Entenda como medicamentos podem fazer cães viverem mais

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Pesquisas com rapamicina e novas drogas despertam esperança sobre a evolução da medicina veterinária.

 

Recentemente, estudos têm dado uma nova esperança aos tutores: no futuro, medicamentos poderão ajudar a prolongar a vida e a saúde dos cães. Testes com compostos como a rapamicina, um imunossupressor usado em humanos, já mostram resultados promissores.

 

Embora ainda não exista uma fórmula comprovada e segura para aumentar a longevidade dos animais em larga escala, novas drogas como a LOY-002 são desenvolvidas por startups veterinárias.

 

Entre os estudos em andamento, iniciativas acadêmicas e projetos comerciais exploram o impacto de intervenções farmacológicas sobre o envelhecimento canino.

 

Um dos mais conhecidos é o Dog Aging Project, coordenado pela Universidade de Washington, que monitora centenas de cães em ensaios clínicos para avaliar o efeito da rapamicina em parâmetros de saúde e sobrevida.

 

O que a pesquisa revelou até agora?

Estudos controlados indicam que a rapamicina pode melhorar funções cardíacas e níveis de atividade física em cães de meia-idade e idosos. Em testes clínicos de curta duração, animais tratados com o composto apresentaram desempenho superior em relação ao grupo placebo.

 

Os resultados reforçam a hipótese de que modular a via mTOR, responsável por processos celulares ligados ao envelhecimento, pode retardar parte do desgaste biológico.

 

Porém, apesar dos indícios positivos, os pesquisadores afirmam que os efeitos observados a curto prazo ainda não comprovam aumento da expectativa de vida e nem descartam riscos de efeitos adversos.

 

Por ser um imunossupressor, a rapamicina exige uso controlado, com prescrição veterinária e monitoramento contínuo.

 

 

Novas drogas veterinárias em desenvolvimento

Além da rapamicina, empresas do setor veterinário buscam fórmulas próprias para o envelhecimento canino. Uma das mais avançadas atualmente é a LOY-002, desenvolvida pela startup Loyal, que atua em vias metabólicas relacionadas à longevidade.

 

A empresa já iniciou estudos clínicos e pretende solicitar aprovação regulatória nos próximos anos. No entanto, o composto ainda não é aprovado para uso rotineiro. A comercialização depende da validação científica e da autorização de agências de saúde animal.

 

Segurança e limitações

Especialistas em gerontologia veterinária alertam que medicamentos capazes de alterar processos celulares complexos podem provocar efeitos colaterais significativos. No caso da rapamicina, existe o risco de redução da imunidade e alterações metabólicas.

 

Por isso, qualquer uso fora do laboratório deve ocorrer sob acompanhamento veterinário rigoroso, com exames prévios e controle periódico.

 

Os pesquisadores defendem a realização de ensaios clínicos maiores e de longa duração para confirmar se os benefícios observados se traduzem em maior longevidade e menor incidência de doenças crônicas.

 

Inovações paralelas na medicina veterinária

Enquanto as pesquisas sobre drogas anti-idade avançam, outras inovações vêm ampliando a expectativa e a qualidade de vida dos pets.

 

Diagnósticos por imagem mais precisos, terapias biológicas para doenças crônicas, tratamentos com células-tronco e manejo nutricional aprimorado já contribuem para cães e gatos viverem mais e com melhor saúde.

 

Essas práticas, somadas ao acompanhamento veterinário regular, ajudaram a elevar a expectativa de vida média dos animais nas últimas décadas. As variações dependem da raça e do porte, porém, associações veterinárias oferecem dados atualizados e recomendações sobre prevenção.

 

O que os tutores precisam saber:

Até o momento, não existe um medicamento comprovadamente seguro e eficaz para prolongar a vida dos cães sem supervisão clínica.

 

Compostos como a rapamicina e a LOY-002 seguem em fase de testes e, em alguns casos, podem ser prescritos experimentalmente, com base em protocolos específicos e monitoramento veterinário.

 

orientação dos especialistas é clara: vacinação em dia, alimentação equilibrada, controle de parasitas, exercícios regulares e checkups periódicos continuam sendo as estratégias mais eficazes para garantir longevidade e bem-estar dos animais.

 

Os tutores também devem manter cautela com campanhas publicitárias que prometem “pílulas da longevidade”, já que muitas iniciativas ainda não têm validação científica nem aprovação regulatória.

 

O que vem pela frente?

A busca por uma “pílula da longevidade” para cães desperta grande interesse entre pesquisadores e tutores. Nesse cenário, a ciência já demonstra avanços significativos, mas ainda carece de evidências robustas de longo prazo para transformar as descobertas em tratamentos de rotina.

 

Projetos como o Dog Aging Project continuam a avaliar o impacto de novas terapias e serão fundamentais para determinar os limites e o potencial das futuras medicamentos anti-idade. Por enquanto, a recomendação é acompanhar os avanços científicos com cautela e confiar nas práticas de cuidado já consolidadas.

 

Fonte: Fast Company
Foto: Reprodução