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Sephora lança linha com adolescente de 15 anos e gera polêmica mundial

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No início de setembro, o shopping American Dream, em Nova Jersey, recebeu um público recorde de crianças, pré-adolescentes e seus responsáveis para o lançamento da loja pop-up da marca de cuidados com a pele Sincerely Yours, de uma influenciadora digital com 15 anos.

 

O evento evidenciou o crescimento da tendência conhecida como “Sephora Kids”, na qual jovens compartilham nas redes sociais suas rotinas de skincare e demonstram interesse precoce por produtos cosméticos. O termo surgiu a partir da frequência com que essas crianças visitam a Sephora para experimentar ou adquirir diferentes itens de beleza.

 

“Sephora Kids”

O fenômeno envolve crianças e pré-adolescentes compartilhando nas redes sociais suas rotinas de cuidados com a pele, impulsionadas pelo uso de produtos variados. Esse comportamento reflete uma mudança na geração Alpha, que demonstra preferência por cosméticos em vez de brinquedos, revelando interesse precoce por cuidados pessoais.

Embora pareça inofensivo, o movimento suscita preocupações relacionadas à saúde e ao bem-estar infantil. Alguns produtos podem conter ingredientes inadequados para essa faixa etária, apresentando risco de alergias, irritações ou absorção de substâncias que podem afetar outros órgãos.

 

 

Em contrapartida, cosméticos regulamentados para crianças, como hidratantes, sabonetes, shampoos e protetores solares, oferecem segurança quando usados corretamente. Além das implicações físicas, a tendência também evidencia uma forma de adultização precoce, expondo crianças a padrões e hábitos próprios de fases mais avançadas do desenvolvimento.

 

Publicidade para menores

A exposição precoce a conteúdos comerciais, muitas vezes disfarçados por influenciadores ou desafios virais, cria padrões de consumo e estética inadequados à fase de desenvolvimento das crianças, gerando pressão estética, comparação social, estímulo ao consumo e impactos na saúde mental, como ansiedade e insatisfação corporal. Meninas são particularmente afetadas, pois grande parte da publicidade estética se dirige a esse público de forma repetitiva e persuasiva.

No Brasil, anúncios voltados a crianças menores de 12 anos são considerados abusivos e ilegais, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Código de Defesa do Consumidor e resoluções do Conanda. Apesar disso, estratégias sutis de marketing digital, como o uso de influenciadores e conteúdos virais, ainda exercem forte influência sobre esse público vulnerável.

 

Fonte: Tribunal de Minas
Foto: Reprodução