A perda de cabelo pode ter muitas origens, e descobrir o que está por trás dela é fundamental antes de iniciar qualquer tratamento. Embora a calvície genética (alopecia androgenética) seja a causa mais comum, fatores como alterações hormonais, uso de certos medicamentos, dietas restritivas, estresse, doenças autoimunes e maus hábitos de cuidado com o couro cabeludo também podem estar envolvidos.
Por isso, especialistas recomendam procurar um dermatologista quando a queda ultrapassa 100 fios por dia ou quando o couro cabeludo começa a ficar visível. O diagnóstico pode incluir exames como dermatoscopia, biópsia do couro cabeludo e testes de perda na haste capilar, além de uma investigação sobre doenças associadas, como diabetes, hipertensão ou síndrome dos ovários policísticos.
Mais do que encontrar um “remédio milagroso”, o tratamento precisa ser personalizado, levando em conta o histórico clínico, hábitos e possíveis interações com outras medicações. Afinal, mesmo produtos aparentemente inofensivos, como os de uso tópico, não estão livres de efeitos colaterais, e a automedicação pode agravar o problema.
Minoxidil: estimulante da circulação e do crescimento capilar
Entre os medicamentos mais prescritos contra a queda de cabelo, o minoxidil ocupa o topo da lista. Originalmente usado para tratar hipertensão, ele demonstrou um curioso efeito colateral: o crescimento de pelos e cabelos. Hoje, é amplamente utilizado em sua forma tópica, e em alguns casos, também por via oral, sob monitoramento médico.

O minoxidil age aumentando a circulação sanguínea no couro cabeludo, o que melhora a oxigenação dos folículos, e estimulando as células da matriz capilar, responsáveis por gerar novos fios. O resultado costuma ser um fortalecimento do cabelo e redução da queda ao longo de alguns meses de uso contínuo.
Os efeitos colaterais variam conforme a forma de uso: dermatite, coceira e irritação local são os mais comuns na versão tópica; já no uso oral, podem ocorrer queda da pressão arterial, dor de cabeça, inchaço e retenção de líquidos.
O ideal é aplicar o produto uma ou duas vezes por dia sobre o couro cabeludo seco, ou seguir a dosagem oral determinada pelo médico.
Apesar de eficaz, o minoxidil não age sobre a causa hormonal da calvície — ele estimula o crescimento, mas não impede o afinamento dos fios provocado pelos hormônios. É por isso que, em muitos casos, ele é associado à finasterida para resultados mais consistentes.
Finasterida: bloqueador hormonal da calvície masculina
A finasterida atua em um ponto diferente do processo: ela inibe a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), o hormônio diretamente responsável pela miniaturização dos fios e, consequentemente, pela calvície androgenética em homens.
Com o bloqueio dessa transformação, o medicamento retarda o afinamento dos cabelos e reduz a progressão da calvície. Em geral, é prescrito na forma oral, com doses entre 1 mg e 5 mg diários, dependendo da avaliação médica.
Por outro lado, a finasterida exige cautela e acompanhamento contínuo. Entre os efeitos adversos mais relatados estão redução da libido, disfunção erétil, alterações de humor (como ansiedade e depressão) e, em casos raros, mudanças na função hepática e renal.
Esses sintomas podem persistir mesmo após a interrupção do uso. O medicamento também não deve ser utilizado por mulheres e nem por pessoas com histórico de câncer de próstata ou de mama na família.
Conclusão – qual o melhor tratamento?
Não existe uma resposta única. O melhor medicamento contra a calvície depende da causa, da extensão da queda e da tolerância de cada paciente.
- O minoxidil é mais indicado para estimular o crescimento e melhorar a circulação local;
- A finasterida é mais eficaz para bloquear o avanço da calvície de origem hormonal
- Em muitos casos, os dois são usados em conjunto, sob orientação médica, como parte de um tratamento progressivo, controlado e personalizado.





