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Medicamento para pressão arterial pode interromper o crescimento agressivo de tumores cerebrais

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Pesquisadores publicaram a descoberta na revista científica Science Advances.

 

Um dos medicamentos vasodilatadores mais antigos do mundo, a hidralazina, utilizada para controlar a pressão arterial, também pode interromper o crescimento de tumores cerebrais agressivos. A descoberta foi realizada por um grupo de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

 

Em seu uso comum, a hidralazina ajuda a relaxar a musculatura dos vasos sanguíneos, e, assim, diminui a pressão arterial.

 

“A hidralazina é um dos primeiros vasodilatadores já desenvolvidos e ainda é um tratamento de primeira linha para a pré-eclâmpsia — uma doença hipertensiva que responde por 5% a 15% das mortes maternas em todo o mundo”, afirma Kyosuke Shishikura, médico e cientista da Universidade da Pensilvânia.

 

Trabalhos anteriores levantaram a hipótese de que a presença da enzima adenosina desidrogenase (ADO), estava associada a um câncer mais agressivo. O que, por sua vez, sugere que inibir essa enzima poderia ser uma estratégia eficaz de combate à doença.

 

 

Nesse sentido, a equipe, que contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade da Flórida, decidiu testar os efeitos do medicamento em células de câncer cerebral.

 

Eles descobriram que o mecanismo por trás da ADO, que regula a contração vascular, também ajuda as células tumorais a sobreviverem em ambientes com baixo teor de oxigênio. Ao contrário da quimioterapia, que visa matar todas as células imediatamente, a hidralazina interrompeu esse circuito de detecção de oxigênio, desencadeando um estado dormente e de não divisão nas células do câncer. Como consequência, isso interrompeu efetivamente o crescimento sem desencadear inflamação.

 

O próximo passo, segundo o grupo, é utilizar a descoberta para criar novos métodos de modo a atingir o tecido do tumor e poupar o resto do corpo. As descobertas foram publicadas na revista científica Science Advances.

 

“É raro que um medicamento cardiovascular antigo acabe nos ensinando algo novo sobre o cérebro, mas é exatamente isso que esperamos encontrar com mais frequência: ligações incomuns que possam representar novas soluções”, conclui Megan Matthews, orientadora de pós-doutorado de Shishikura na Universidade da Pensilvânia.

 

Fonte: O Globo
Foto: Reprodução