Imunizante que protege do VSR já autorizado para gestantes e idosos foi aprovado para adultos a partir dos 50 com condições crônicas de saúde.
O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (25), a compra de vacinas contra o vírus sinicial respiratório (VSR). O lote se destina à aplicação em gestantes, com objetivo de proteger os bebês de problemas respiratórios como a bronquiolite.
Mas não são apenas os pequenos que sofrem com as complicações da infecção pelo VSR: embora a incidência de síndrome respiratória aguda grave seja maior entre crianças pequenas, a mortalidade se concentra nos idosos, segundo o boletim InfoGripe da FioCruz.
Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação do uso da vacina Arexvy para adultos com mais de 50 anos e risco aumentado. O imunizante, fabricado pela biofarmacêutica multinacional GSK, é aprovado pela Anvisa desde 2023. No entanto, ele só era indicado para pessoas com mais de 60 anos.
Em 2024, uma vacina de outra farmacêutica, a Pfizer, chegou ao Brasil. Ela pode ser aplicada em idosos, gestantes e jovens com comorbidades (como imunocomprometimento).
As vacinas contra VSR disponíveis no SUS são destinadas apenas para gestantes, por enquanto. Outros grupos só podem se vacinar, por ora, na rede privada.
Estudo baseou ampliação
A fundamentação científica para aprovar a mudança foi um ensaio global de fase 3, concluído. O estudo apontou uma forte resposta imune em adultos de 50 a 59 anos, com comorbidades, que receberam a vacina. A pesquisa avaliou também a segurança do imunizante neste grupo.
Os resultados indicaram evidências da capacidade da vacina Arexvy em reduzir o risco da Doença do Trato Respiratório Inferior causada pelo VSR – doenças que afetam a traqueia, os brônquios e os pulmões. A eficácia de proteção em pessoas na faixa dos 50 anos com comorbidades não fica para trás quando comparada com a eficácia em pessoas de 60 anos ou mais.
Outro estudo demonstrou que uma dose única da vacina Arexvy confere proteção por pelo menos três temporadas de circulação do vírus – que equivalem, somadas, a 30 meses.
Cuidados com idosos
Em crianças, o VSR causa sintomas bem característicos, como chiado no peito. Já em adultos e idosos, a infecção pelo VSR pode ser confundida com um resfriado comum, ao gerar sintomas como coriza, tosse, febre e mal-estar. Idosos ainda podem apresentar falta de ar, confusão mental e pneumonia.
O VRS aparece ao lado do vírus influenza e do vírus causador da covid-19 quando se tratam de agentes responsáveis pelos quadros de síndrome respiratória grave. A infecção por esses vírus pode levar a hospitalizações e complicações.
Em idosos, o VSR pode desencadear bronquiolite, pneumonia e insuficiência respiratória, assim como descompensar a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a asma e a insuficiência cardíaca.
Embora os dados apontem que a síndrome respiratória aguda grave causada pela covid-19 mata mais, a infecção por VSR foi a principal responsável pelos casos do quadro em 2024. O VSR, especialmente em idosos, pode ocasionar complicações que permanecem mesmo após a recuperação.
Nesse sentido, o principal risco está em pessoas com comorbidades, como diabetes, problemas cardiovasculares e doenças respiratórias como DPOC.
