O Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) publicou uma nota de posicionamento para esclarecer pontos levantados em uma entrevista repercutida na coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo — tema que também ganhou debate sobre práticas concorrenciais e formação de preços de medicamentos.
No dia 16 de dezembro de 2025, o Sincofarma-SP replicou uma matéria sobre o livro “Condutas Anticompetitivas no Setor Farmacêutico”, que reúne casos internacionais e discute impactos de estratégias anticompetitivas no acesso a medicamentos.
Na nota, o Sindusfarma afirma que as declarações divulgadas demonstram desconhecimento sobre o funcionamento do mercado farmacêutico brasileiro e reforça que o país adota um modelo regulado de precificação, com referências internacionais.
Nota de Posicionamento do Sindusfarma (na íntegra)
NOTA DE POSICIONAMENTO DO SINDUSFARMA SOBRE ENTREVISTA AO PAINEL S.A.
O Sindusfarma esclarece que as afirmações publicadas na coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo, com base em entrevista concedida pelo autor do livro “Condutas Anticompetitivas no Setor Farmacêutico”, demonstram desconhecimento sobre o funcionamento do mercado farmacêutico brasileiro, apesar de o entrevistado se apresentar como especialista no tema.
Os preços de medicamentos no Brasil não são definidos por médias. O modelo adotado baseia-se em uma cesta de países de referência, como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Grécia, França e Nova Zelândia, entre outros, sendo considerado sempre o menor preço praticado nesses mercados.

É importante destacar, ainda, que em relação aos Estados Unidos os preços utilizados como referência são aqueles subsidiados pelo governo para grupos específicos da população, como veteranos de guerra e povos indígenas. Esse fator faz com que, em determinadas situações, esses valores estejam entre os mais baixos do mundo, o que impacta diretamente as comparações internacionais.
Outro ponto que merece destaque é a afirmação do autor sobre “conduta padrão” para barrar a concorrência. Menciona que desde 1990 teria havido mais de 130 processos anti concorrencial, ou seja menos de 4 casos por ano, no mundo todo, excluindo o Brasil, onde não houve casos. Ora, nosso sistema é eficiente. O setor farmacêutico brasileiro opera sob um dos ambientes regulatórios mais rigorosos do mundo, com regras claras de concorrência, precificação e fiscalização, o que assegura transparência e equilíbrio competitivo.
O Sindusfarma reafirma seu compromisso com o debate qualificado, baseado em dados técnicos, conhecimento regulatório e responsabilidade com a informação, especialmente em temas que impactam diretamente o acesso da população à saúde e a sustentabilidade do sistema.
Para encerrar, o Sincofarma-SP reforça seu apoio ao posicionamento do Sindusfarma e defende que o debate público sobre preços, concorrência e acesso a medicamentos seja sempre conduzido com base técnica, responsabilidade e transparência.
Também reafirma sua confiança na idoneidade e no papel estratégico da indústria farmacêutica, que atua sob um dos ambientes regulatórios mais rigorosos do mundo e é essencial para garantir inovação, abastecimento, segurança sanitária e acesso da população à saúde.





