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Uso da Memantina na Doença de Alzheimer

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2021-09-23 14:50:00

 

Gustavo Alves fala nessa crônica sobre o uso da memantina que é um dos vários fármacos disponíveis para o tratamento da Doença de Alzheimer.

 

A Memantina foi o último medicamento a ser lançado no mercado para o tratamento da doença de Alzheimer. Chegou no Brasil no início dos anos 2000, sendo a única droga utilizada no tratamento da doença de Alzheimer que não atua com ação inibitória sobre as esterases.

O mecanismo de ação da Memantina tem como objetivo regular a atividade de Glutamato, substância a qual se atribui atividade no processamento, armazenamento e recuperação da informação, com papel na aquisição da memória e aprendizagem. Esta substância química regula os níveis de Cálcio em nosso cérebro. O excesso de glutamato provoca hiper estimulação dos receptores de N-Metil D-Aspartato (NMDA), aumentando a quantidade de Cálcio dentro das células, o que leva a morte destas células. Em suma, a Memantina antagoniza receptores de NMDA.

Geralmente a Memantina é utilizada em estágios moderado ou avançado da Doença de Alzheimer e seus efeitos são muito interessantes, desde que o tratamento seja realizado conforme a orientação médica. Algumas dicas importantes sobre a Memantina:

  • Deve ser tomada com água, com ou sem a presença de alimentos;
  • É importante que seja mantido um padrão de uso, ou seja, tomar todos os dias sempre no mesmo horário.
  • Deve ser utilizada com muita atenção em pessoas que possuam problemas renais.
  • As principais reações adversas da Memantina são:
    • Sonolência
    • Dores de cabeça
    • Constipação
    • Distúrbios do equilíbrio
    • Tonturas
    • Falta de ar
    • Aumento da pressão arterial
    • Alterações de funções hepáticas (não é tão normal, mas pode acontecer).

Importante: não significa que pessoas que usem Memantina tenham todos as reações acima, isto pode mudar de pessoa para pessoa, com intensidades variadas!

 

O que a Memantina pode melhorar em alguém com Doença de Alzheimer?

  • As atividades da vida diária podem melhorar: tomar banho, vestir-se, escovar os dentes…
  • Melhora do fluxo de pensamento e comportamento: lembrar-se das coisas que precisa fazer, orientação espacial (onde está naquele momento), dentre outras.

Normalmente se inicia com a dose mais baixa e conforme a necessidade, o médico pode aumentar gradativamente as doses. Em algumas situações a Memantina pode ser associada a um inibidor de esterase: Galantamina, Rivastigmina ou Donepezil.

A Memantina não cura a doença de Alzheimer, mas é considerada como droga muito importante no tratamento, capaz de melhorar a qualidade de vida de quem tem esta doença.

 


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Gustavo Alves Andrade dos Santos

Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma
Email: gusfarma@hotmail.com

Fonte: Sincofarma