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Uso de Morfina em pacientes idosos.

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2021-12-07 12:38:43

 

Gustavo Alves fala nessa crônica a morfina que é um dos analgésicos narcóticos mais conhecidos e de uso mais frequente em todo o mundo.

 

Seus benefícios no combate a alguns tipos de dor é de grande relevância e sua capacidade de alterar o limiar da dor é inquestionável.

A Morfina é utilizada em situações especiais, portanto não se trata de um medicamento que possa ser usado sempre, em qualquer indicação.

Sua comercialização requer receituário especial e mesmo assim existem limites clínicos para seu uso.

Em hospitais além do uso oral, é dispensada na forma injetável, enquanto que nas farmácias seu uso basicamente se dá pela por meio de comprimidos ou adesivos transdérmicos.

A Morfina é um opioide considerado muito potente, indicada no tratamento da dor moderada, níveis 4-6/10, a forte (7-10/10). Geralmente usada na dor oncológica, age no sistema nervoso central e em outros órgãos do corpo com musculatura lisa, além disso, possui receptores celulares específicos, o que reafirma a ideia de que desde a antiguidade a civilização humana já usava o Ópio com alguma finalidade analgésica.

Em tempo, importante lembrar, do Ópio se produz a Morfina e também outra droga narcótica, só que muito prejudicial, a Heroína. A Heroína não tem uso terapêutico, pelo contrário é uma droga ilícita, que anualmente é responsável pela morte de muitas pessoas no mundo todo.

O uso de Morfina em idosos requer atenção redobrada, pois esta droga normalmente produz alguns efeitos indesejáveis, ainda que em pessoas mais jovens. Nos idosos, questões a como redução da capacidade de metabolização hepática e diminuição da filtração renal, podem tornar a Morfina e seus derivados ainda mais capazes de produzir reações adversas. É como se a Morfina ficasse mais acumulada, mais tempo no organismo do idoso!

Mas nem por isso deixará de ser usada, desde que seja monitorada pela equipe médica e pelo Farmacêutico Clínico.

As reações adversas mais comuns da Morfina e que devem ser observadas e acompanhadas com atenção em idosos são:

– Depressão respiratória

– Náuseas e vômitos

– Constipação intestinal

– Retenção urinária

– Hipotensão (devido à vasodilatação)

 

Atenção: em idosos com Hipotireoidismo e nos portadores da Doença de Addison, existe alta sensibilidade à Morfina.

É importante lembrar, o uso terapêutico de Morfina em idosos não é proibido, nem tampouco não recomendado, mas cabe lembrar que deve ser monitorado e avaliado com a máxima atenção. Em hospitais, por exemplo, este trabalho de monitoramento terapêutico, é realizado também pelo Farmacêutico.

Na dúvida sobre medicamentos, procure sempre um farmacêutico.


 

Gustavo Alves Andrade dos Santos

Membro do ISTAART – The Alzheimer´s Association International Society to Advance Alzheimer´s Research and Treatment
Member of ASHP – American Society of Health-System Pharmacists

Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma
Email: gusfarma@hotmail.com