2022-02-14 17:55:00
Sabemos que os idosos apresentam questões fisiológicas que podem limitar os efeitos dos medicamentos ou mesmo torna-los mais agressivos produzindo toxicidade. Gustavo Alves aborda essa preocupação em sua crônica semanal.
(foto: direitos Omron )
Fatores como redução da motilidade gástrica, menor ingestão de água, aumento do pH gástrico, redução do tamanho do fígado, diminuição da capacidade de filtrar, dialisar, eliminar fármacos, são questões que tendem a acontecer com o avanço da idade e que interferem decisivamente no uso de medicamentos.
Além disso o idoso pode ter algumas dificuldades em compreender o uso correto dos medicamentos e isto se deve a fatores cognitivos e/ou redução da capacidade auditiva e/ou acuidade visual.
Em suma, um idoso pode ter dificuldades para entender a explicação de como usar corretamente um certo remédio, além de não conseguir ouvir com atenção as explicações e pode apresentar dificuldades para enxergar o que está escrito na receita ou mesmo aquelas letras pequenas na caixa dos medicamentos.
Mas boa parte das causas que podem trazer como consequência, problemas relacionados ao uso de medicamentos em idosos, podem ser evitadas!
- Interações medicamentosas: situações em que dois ou mais medicamentos não podem se administrados em conjunto. Neste caso, o farmacêutico pode rever o aprazamento (horário) dos medicamentos ou mesmo sugerir ao prescritor outras opções. Isso será possível em serviços de Atenção Farmacêutica ou Farmácia Clínica.
- Monitoramento adequado: paciente usa o remédio certo, mas pode ter problemas por não haver monitoramento quanto ao uso do medicamento, neste caso podem surgir efeitos adversos indesejáveis ou redução dos efeitos esperados.
- Medicamento erroneamente prescrito: o medicamento selecionado não corresponde ao tratamento ideal.
- Falta de adesão: um dos problemas mais comuns, acontece quando o idoso deixa de tomar o medicamento ou simplesmente sequer chegou a usar. Isso pode se dar por problemas financeiros, falta de credibilidade no médico, medo de efeitos adversos e por ter recebido informações falsas provindas de pessoas leigas ou fontes não confiáveis. Cuidado com as Fake News!
- Superdosagem: paciente toma dose muito acima do correto.
- Subdosagem: paciente usa doses abaixo do indicado!
- Falta de comunicação: idosos podem passar por vários médicos que não se conhecem, não conversam sobre o mesmo paciente, havendo total falta de comunicação entre eles. O maior prejudicado será o paciente.
- Problema médico não tratado: embora o problema de saúde requeira um tratamento com medicamentos, ele simplesmente não ocorre!
Em muitas situações acima, o Farmacêutico torna-se essencial, pois pode ajudar reconhecer os problemas, a falta de adesão ou a toxicidade de um remédio.
Muitas vezes o idoso usa um medicamento incorretamente, interferindo diretamente no resultado do tratamento. No final se terá a falsa impressão de que o médico não é bom, o remédio não funciona, quando na verdade, o medicamento não foi usado corretamente. O Farmacêutico pode corrigir este problema!
Usar medicamentos requer orientação e em muitos casos supervisão e acompanhamento. Não existe um Manual Geral para todas as pessoas, cada uma possui hábitos, costumes, conhecimento e crenças diferentes. Isso requer por parte do prescritor e do Farmacêutico, atenção, habilidades, competências e uma boa dose de inteligência emocional (comportamento).
Assista ao vídeo do Gustavo Alves
Gustavo Alves Andrade dos Santos
Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Professor da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma Email: gusfarma@hotmail.com