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Porque o conceito “Strive for Five” é tão importante na conservação de vacinas

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2021-06-22 13:58:01

 

Sabemos que vacinas são imunobiológicos termossensíveis, ou seja: a temperatura a que são expostas é o principal fator que interfere na qualidade do imunizante a partir do momento em que ele é envasado. Garantir a temperatura correta e estável ao longo de todo processo de transporte e armazenamento é um desafio que muitas vezes não recebe a devida importância.

 

Essa preocupação com a Cadeia de Frio não vem de hoje. Ela vem ganhando força desde os anos 90, pela experiência vivenciada pelo Immunise Australia Program (programa de imunização australiano). As autoridades sanitárias daquele país implementaram um robusto programa nacional de imunização, com uma coberta vacinal bastante alta. Quando uma vacina eficaz é aliada à alta cobertura vacinal, é possível consegue controlar a transmissão de uma doença e até mesmo erradicá-la. A Austrália possuía estas vacinas eficazes, cobertura vacinal altíssima, mas continuava tendo doenças como o sarampo circulando. E surgiu a dúvida: se a vacina é tão boa, com uma cobertura alta, como isso pode acontecer? Ao investigar, os pesquisadores perceberam que o problema estava na Cadeia de Frio. As vacinas não estavam sendo bem conservadas e por isso não adiantava vacinar a população toda, pois as doses estavam perdendo sua eficácia devido aos desvios de temperatura. Esta é a grande diferença entre vacinar e imunizar. Enquanto vacinar se refere ao ato de injetar a vacina na pessoa, imunizar diz respeito à efetiva ação do imunobiológico no organismo.

 

A experiência da Austrália

O estudo realizado na Austrália é de 1994 e, em 1997, algo parecido ocorreu no Rio de Janeiro, com relação à vacinação contra o sarampo. Em ambos os casos a conclusão foi a mesma: problema na cadeia de frio. Estes estudos começaram a trazer à tona a importância da cadeia de frio e como ela é fundamental para que as vacinas mantenham sua eficácia.

 

A partir de então, a Austrália começou a produzir materiais para determinar os cuidados necessários durante todo o processo armazenamento das vacinas, pois é impossível avaliar a olho nu se uma vacina sofreu ou não um desvio da faixa de temperatura. A partir de toda essa experiência, profissionais australianos publicaram um manual sobre o armazenamento de vacinas, chamado “Strive for Five”, que significa “persiga o cinco”.

 

A faixa de temperatura de armazenamento de uma vacina fica entre 2°C e 8°C, mas quando você tem como objetivo manter a temperatura o tempo todo em 5 graus ou muito próximo a isso, a chance de desvio de temperatura é muito menor. Por isso é importante ter em mente que o objetivo da conservação de vacinas é manter as doses em 5°C, com monitoramento permanente. Quando a temperatura do equipamento começa a se desviar muito dos 5°C, já é um sinal de alerta para retornar aos 5°C, temperatura que está exatamente no centro da faixa. Este é o conceito de Strive for Five – persiga o cinco, quando a faixa de temperatura for entre 2°C e 8°C.

 

Esse tipo de conservação e monitoramento da temperatura é proporcionado somente por câmaras científicas, equipamentos de precisão desenvolvidos especificamente para o armazenamento correto de vacinas. Saiba mais sobre a conservação de vacinas, no webinar “Teoria e Prática da Conservação de Vacinas”, realizado pela Biotecno – marca de refrigeração científica que armazenou a primeira vacina contra a Covid-19 aplicada no Brasil – com a participação de Mayra Moura, do Instituto Butantan e SBIm.