2021-07-06 14:04:12
Gustavo Alves traz nesse crônica a discussão sobre a finitude tem ocupado com frequência a mídia, os canais acadêmicos, sociais e filosóficos nos últimos tempos. A pergunta que se faz reiteradamente é se podemos interferir, e de que forma, na manutenção da vida, na antecipação ou prorrogação do direito de morrer.
As questões bioéticas são analisadas e discutidas, e neste quesito a terapêutica assume o protagonismo, trazendo consigo os medicamentos.
Medicamentos curam, medicamentos atenuam, medicamentos produzem efeitos benéficos, mas medicamentos também mascarar problemas de saúde, trazer prejuízos e até podem matar!
A evolução expressiva nos tratamentos e na terapêutica, nos últimos 50 anos, se deve substancialmente aos medicamentos. E ao retratarmos o aumento da expectativa de vida e a melhor resolutividade dos tratamentos, enxergamos nos idosos, o público se não o mais favorecido, aquele que obtem grandes benefícios.
Vejamos o que era um idoso nos anos 1970, 1980 … e o que é ser idoso nos anos 2000, 2010.O semblante e a aparência são muito diferentes, salvo exceções pontuais. Em breve a expectativa de vida vai atingir 80 anos, e segundo estudiosos, como Yuval Noah Harari, chegaremos a 126 anos no próximo século!
Idosos utilizam muitos medicamentos, obviamente com intuito de obter benefícios, mas isto não significa que sejam todos seguros e inofensivos. À medida em que envelhecemos, usamos mais medicamentos, sendo assim deve haver orientação e planejamento para isso. Via de regra, não deve haver automedicação, mas sim prescrição orientada.
Médicos e Farmacêuticos, principalmente, são elementos-chave para o uso racional de medicamentos e não podem se abster deste papel.
Alguns estudos, infelizmente poucos, mostram os medicamentos mais utilizados pelos idosos em seus últimos anos de vida. Um destes estudos destaca que nos 10 anos finais da vida, os idosos consomem principalmente, analgésicos, antidepressivos e medicamentos para combater a fadiga (vitaminas).
É necessário um olhar especial sobre isso, atenção redobrada ou quem sabe políticas públicas voltadas à finitude.
Como disse anteriormente, os medicamentos são um grande trunfo para a Saúde, mas devem ser usados com conhecimento e cautela.
Na dúvida sobre medicamentos, procure sempre um farmacêutico.
Gustavo Alves Andrade dos Santos
Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma
Email: gusfarma@hotmail.com
