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Covid-19: boas práticas em ambientes frigoríficos devem ser reforçadas

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2021-03-17 12:25:20

 

Diante do alto índice de contaminação por Covid-19, uma pergunta fica no ar: é possível se contaminar por meio dos alimentos congelados e de suas embalagens? Essa possibilidade passou a ser considerada a partir da detecção de material genético do Sars-CoV-2 em alimentos crus de origem animal. A preocupação foi, ainda, fortalecida por relatos sobre a ocorrência de altos índices de trabalhadores contaminados em frigoríficos de alguns países. Mas, pesquisadores como o farmacêutico Aldo Aparecido Proietti Júnior sustentam que essa probabilidade é remota. Pelo menos de acordo com as comprovações científicas até o momento. Mesmo assim, esse tipo de informação traz prejuízos comerciais com as barreiras técnicas e sanitárias impostas por alguns países. O especialista em microbiologia e imunologia ressalta que é preciso diferenciar a transmissão entre indivíduos e superfícies. De acordo com ele, a simples detecção do RNA viral não representa vírus ativo como fonte capaz de transmitir a doença.

“Os cuidados para proteger a saúde dos trabalhadores, aliados à implementação correta de Boas Práticas de fabricação e do sistema de análise dos perigos e de pontos críticos de controle no setor alimentício reforçam o entendimento que a probabilidade de ocorrência de uma exposição infecciosa ao vírus através do consumo de alimentos é pouco provável. Não há pesquisa científica, não há relato de casos, relacionando o consumo de alimentos processados e congelados com a infecção pelo coronavírus. O que existe, sim, são relatos de ambientes de trabalho com condicionantes físicas e químicas e comportamento social onde houve surto de Covi-19”.

O farmacêutico Aldo Aparecido Proietti Júnior é mestre em Microbiologia, com doutorado pela Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal, professor do curso de Farmácia da Universidade Federal do Amapá e pesquisador do Governo do Amapá, onde atua no Laboratório Central de Saúde Pública. O pesquisador lembra que o ambiente de trabalho dos frigoríficos é favorável à persistência do vírus Sars-CoV-2. A alta demanda por produtos congelados durante a pandemia e o mau uso dos equipamentos de proteção individuais também contribuem com esse quadro.

“Lá existem inúmeras superfícies metálicas, há o controle de temperatura, com baixas temperaturas e umidade relativa do ar mantida em média e alta. Outro fator são as configurações organizacionais que podem facilitar a transmissão do vírus. Os locais de trabalho têm uma quantidade de funcionários grande e que muitas vezes não permite o distanciamento físico adequado nas linhas de produção ou até mesmo nos vestiários”.

Para orientar esses estabelecimentos, os ministérios da Economia, da Saúde e da Agricultura publicaram a Portaria Conjunta nº 19, de 18 junho de 2020. A norma estabelece as medidas a serem observadas para a prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 nas atividades das indústrias de abate e processamento de carnes e derivados para consumo humano e laticínios. A portaria originou um manual de orientações gerais para frigoríficos.

Link para acesso à Portaria