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Os riscos da Automedicação em Idosos – por Gustavo Alves

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2021-03-30 10:04:40

 

O uso de medicamentos sem indicação médica ou orientação farmacêutica é crescente entre todas as idades. Isso se deve a várias questões, desde aspectos culturais até a ineficiência do Sistema de Saúde. As pessoas buscam as farmácias para se automedicarem porque não conseguem ter acesso completo ao Sistema de Saúde (público e privado). No Brasil, a legislação que rege o comércio farmacêutico apresenta brechas jurídicas, além de haver um desrespeito ético aos preceitos legais. Medicamentos com tarja vermelha, por exemplo, só poderiam ser comercializados mediante apresentação da receita, mas isso não acontece.

 

O problema da automedicação se torna crítico e perigoso quando atinge pessoas idosas, normalmente mais fragilizadas fisiologicamente e com mais susceptibilidade às reações adversas dos medicamentos. As maneiras mais comuns de se automedicar incluem:

  • A prática de adquirir o medicamento sem receita (pesquisa via Internet, por exemplo);
  • Compartilhar os remédios com familiares, vizinhos ou amigos;
  • Reutilizar antigas receitas e;
  • Prolongar ou interromper o tratamento indicado na receita

De acordo com pesquisas realizadas recentemente, 29% dos idosos se automedicam e os motivos mais comuns são: problemas respiratórios, dores de cabeça e dispneia e má digestão. Os medicamentos mais usados são os analgésicos e anti-inflamatórios, além dos antiulcerosos e antiácidos. O idoso deve ter extrema atenção quanto ao uso dos medicamentos acima, pois podem provocar consequências irreversíveis.

  • Analgésicos e anti-inflamatórios podem produzir problemas renais, hepáticos, cardiovasculares e hematológicos (no sangue), além de irritação gástrica e até úlcera!
  • Antiulcerosos e antiácidos podem mascarar problemas maiores como úlceras, câncer, pancreatite dentre outros; além disso reduzem a absorção de algumas vitaminas essenciais ao idoso, dentre elas a vitamina B12.

Obviamente que existem outros medicamentos inseridos neste contexto, como é o caso de vitaminas (em excesso), diuréticos e até mesmo medicamentos calmantes, sedativos e antidepressivos.

Nosso alerta vai no sentido de se evitar a automedicação e do papel que o Farmacêutico deve ter ao detectar este problema. Os idosos com problemas de saúde devem sempre procurar um médico e orientar-se com o Farmacêutico.

Automedicação em Idosos, um risco para a saúde!



Gustavo Alves Andrade dos Santos

Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma
Email: gusfarma@hotmail.com