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Consumidor opta por genéricos e segmento cresce 7,5% na pandemia

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2020-12-10 20:01:46

 

Dados da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), coletados de janeiro a setembro deste ano, indicam que a compra de medicamentos genéricos na área de cobertura da entidade aumentou 7,55% em relação ao mesmo período do ano passado, revelou O Globo.

O movimento pode ser explicado pelo fato de que, por lei, os genéricos devem ser pelo menos 35% mais baratos que os chamados medicamentos de referência, o que torna a diferença significativa no bolso. Em ano de pandemia e crise econômica, economizar com a compra de medicamentos tornou-se imperativo.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base em levantamento da consultoria IQVIA, apenas no terceiro trimestre, as farmácias em geral comercializaram 423 milhões de unidades, crescimento de 11,08% frente ao mesmo período do ano anterior. Já o mercado farmacêutico total apresentou evolução de menos da metade – 5,36% em unidades vendidas.

Em faturamento, os genéricos registraram alta de 20% no terceiro trimestre, no comparativo com o mesmo período de 2019, chegando a R$ 3,11 bilhões. “O crescimento é reflexo do aumento de volume e da expansão das vendas de genéricos de maior valor agregado, caso dos produtos voltados para o tratamento do sistema nervoso central, por exemplo”, afirmou ao Valor Econômico a presidente da PróGenéricos, Telma Salles.

Implementada em 1999, a Lei dos Genéricos tem como objetivo estimular a concorrência entre os laboratórios e farmacêuticas, fazendo com que os medicamentos cheguem ao consumidor com preço mais baixo e a mesma qualidade. Para serem vendidos, esses produtos precisam ter a mesma eficiência e segurança dos medicamentos de referência, além de serem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo Eliezer J. Barreiro, professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, a única diferença entre os medicamentos de referência, ou ‘de marca’, como são mais conhecidos, para os genéricos, é o aspecto da inovação. Ou seja, os de referência podem ser mais modernos.

“Em termos gerais, não há diferença entre um medicamento genérico que cumpriu as normas das agências regulatórias e um medicamento de referência. Os medicamentos de referência, com patentes ainda válidas, têm o aspecto de inovação mais recente, pois os genéricos são medicamentos de patentes vencidas, portanto são em geral medicamentos ‘clássicos’”, disse Barreiro ao Globo.