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Informatização gera economia global de R$4 mi no gasto com medicamentos

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2019-10-18 12:00:08

 

A reestruturação da Assistência Farmacêutica em Porto Alegre e a informatização do Programa Municipal de Distribuição dos Insumos para Diabetes (PMDID) gerou uma economia global de R$4 mi ou 15,14% no gasto anual da Prefeitura daquela capital com medicamentos no ano passado. O custo dos medicamentos caiu 12,8% e o resgate de 1,8 milhão de unidades de medicamentos proporcionou uma redução direta de custos de R$ 807 mil, graças à realocação de itens próximos do vencimento. Também foi registrado um aumento de 14% em Unidades Distribuídas. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, dia 16.10, durante o durante o Simpósio “O papel do farmacêutico na atenção à pessoa com diabetes”, que faz parte do XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes (Diabetes 2019). O congresso ocorre no Centro de Convenções de Natal (RN), de 16 a 18 de outubro.

Para o farmacêutico Leonel Almeida, que entre maio e dezembro coordenou a implantação do Sistema de Dispensação de Medicamentos (DIS) e do Sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon), e que hoje apresentou os dados, os números ressaltam a importância da atuação do farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS) para a qualidade e a economicidade da assistência aos usuários. A informatização possibilitou o controle de estoque e a reestruturação do programa com o objetivo de atender mais pessoas com qualidade. Mas segundo ele, os resultados foram impulsionados também pela implantação, a partir de setembro, das consultas farmacêuticas para pessoas com diabetes. Nas consultas os pacientes são orientados quanto ao uso do aparelho para medição e leitura da glicemia, armazenamento e preparo da insulina, técnica correta de aplicação e manejo adequado em casos perigosos de hiper ou hipoglicemia.

Uma nova portaria definindo critérios clínicos a respeito da quantidade efetiva para o controle da glicemia e o uso adequado da insulina. O atual critério está associado às condições de saúde do paciente e ao uso de certos tipos de insulina. A partir da atualização, foi possível ajustar o consumo e qualificar os critérios de inclusão. “Hoje, sabemos que todos os pacientes que necessitam dos insumos estão contemplados”, afirma Almeida.

O novo fluxo de inclusão no programa facilitou o acesso aos insumos, já que agora a solicitação é feita diretamente na unidade de saúde do paciente. Antes, era necessário ir até a sede da secretaria com a solicitação feita pelo médico. “Tudo é resolvido na unidade de saúde, ou seja, o médico identifica os critérios para verificar se a pessoa está apta a ser incluída e solicita consulta especializada com farmacêutico”, explica. Conforme Leonel, a iniciativa é pioneira no país devido à interligação das consultas com a farmácia, via sistema informatizado.

Cada paciente passa por até quatro consultas, conforme a necessidade de cada um, momento no qual o farmacêutico avalia o grau de independência e autocuidado. “Como trata-se de paciente com critérios de risco, por usar um medicamento potencialmente perigoso, durante a consulta explicamos os critérios de manutenção adequados para que as pessoas possam ter menos internações causadas por problemas com o uso equivocado”, avalia, o que reflete em mais segurança e melhora no prognóstico de saúde em decorrência da doença, segundo o coordenador.

Pelo Programa Municipal de Insumos para Diabetes, recebem aparelho para leitura e medição de açúcar no sangue, seringas para aplicação de insulina, tiras reagentes e lancetas portadores de diabetes mellitus tipos 1 e 2 em uso de insulina e portadoras de diabetes mellitus pré-gestacional e gestacional. Em apenas um mês e meio o município já contabiliza mais de 650 solicitações para consultas, mais de 200 atendimentos farmacêutico com um absenteísmo 35% menor do que as dos demais profissionais da saúde, ou seja, 14,89% contra 23,20% para as demais consultas. Pelos excelentes resultados, a experiência de Porto Alegre está sendo disponibilizada para farmacêuticos e para gestores de saúde que atuam no SUS. A intenção é que mais municípios adotem as mesmas medidas, possibilitando a ampliação do acesso aos insumos e a melhoria da qualidade do atendimento às pessoas com diabetes.