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Os remédios da vovó e do vovô ao alcance das crianças

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2019-07-16 11:00:08

 

Pesquisa mostra que mais de 80% dos avós mantêm medicamentos no lugar habitual quando recebem visitas dos netos.

 

Uma das maiores preocupações de pais e mães é evitar que as crianças tenham acesso a produtos tóxicos dentro de casa. Isso inclui não apenas artigos de limpeza, mas também remédios. Esse cuidado deve ser discutido com os avós. Em primeiro lugar, graças ao bônus da longevidade, eles vivem mais e têm uma convivência maior com os netos. No entanto, não estão livres de doenças crônicas, associadas ao envelhecimento, que demandam o uso contínuo de medicamentos. Quanto todos moram na mesma casa, é menos complicado que as regras de vigilância sejam cumpridas, mas se os avós são visitas, as situações de risco podem se tornar frequentes.

Há dois cenários prováveis: no primeiro, quando as crianças visitam os avós, podem se deparar com remédios em locais de fácil acesso, como mesinhas de cabeceira ou a mesa da cozinha. Estão ali para a comodidade dos adultos, que assim não se esquecem de tomar a medicação, mas aumentam o perigo de ingestão por parte de pequenos curiosos. O segundo é na situação inversa, quando os avós vão para a casa dos filhos – muitas vezes para cuidar das crianças por períodos prolongados – e não são observadas as devidas precauções.

Foi o que veio à tona numa pesquisa feita pela Universidade de Michigan: mais de 80% dos avós declararam que mantinham seus medicamentos no lugar habitual quando recebiam visitas dos netos. Somente 5% tinham o hábito de trancar os remédios nessas ocasiões. Quando eram eles que faziam a visita, 72% os deixavam na bolsa, sendo que a grande maioria utilizava caixinhas para pílulas que poderiam ser abertas pelos pequenos. O risco não se restringe aos menores, sem conhecimento das consequências de ingerir substâncias potencialmente prejudiciais. Para os netos mais velhos, um acesso facilitado embute o risco de utilização de sedativos ou remédios para a dor.

A pesquisa ouviu mais de 2 mil adultos, entre 50 e 80 anos, sobre seus hábitos de guardar medicamentos. De acordo com o Centro para Prevenção e Controle de Doenças, quase 40% das crianças atendidas na emergência dos hospitais apresentam um quadro de intoxicação causada por medicação que pertencia aos avós. O levantamento mostrou que dois terços cuidavam dos netos regularmente, sendo que um em cada dez morava sob o mesmo teto que o resto da família.

Outro problema chamou a atenção dos pesquisadores: como os remédios infantis são desenvolvidos com lacres de proteção, “à prova de crianças”, um percentual expressivo de avós costumava transferir esse conteúdo para recipientes de manuseio mais simples – porque eles próprios tinham dificuldades para abrir frascos e embalagens: 29% se valiam desse expediente.