2018-11-27 10:04:08
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) foi representado pelo assessor da Presidência, Tarcisio José Palhano, no I Congresso Brasileiro Saúde em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, realizado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA), de 22 a 24 de novembro. Durante o evento, a Resolução nº 662/CFF, que estabelece as diretrizes para a atuação do farmacêutico no atendimento à pessoa com deficiência, foi apresentada a cerca de 900 congressistas de 19 estados brasileiros.
A apresentação ocorreu no último dia. Junto de representantes dos conselhos de Fonoaudiologia, de Medicina, de Enfermagem e de Psicologia. Tarcisio Palhano participou da mesa de debate sobre a temática “E agora, o que fazem os profissionais por SAÚDE EM LIBRAS?”. Primeiro conselho profissional a publicar uma resolução regulamentando o atendimento em saúde à pessoa com deficiência, o CFF pode mostrar que se prepara para inovar mais uma vez. Por determinação do presidente do conselho, Walter da Silva Jorge João, um grupo de trabalho constituído por especialistas farmacêuticos, intérpretes em Libras e pessoas surdas será criado para elaborar o primeiro glossário farmacêutico em Libras.
O grupo mapeará os sinais já existentes e criará outros, para identificar termos farmacêuticos ainda desconhecidos na língua de sinais. Para a primeira etapa, serão priorizados os termos importantes para a promoção do Uso Racional de Medicamentos à comunidade surda. “O CFF mostrou o seu pioneirismo ao publicar uma resolução que estabelece as diretrizes para a atuação do farmacêutico no atendimento à pessoa com deficiência. Agora, compete a nós trabalharmos juntos de intérpretes de Libras e de pessoas surdas para organizar este glossário e, assim oferecer aos farmacêuticos condições de cumprir com a meta de prestar os melhores serviços a todos, sem exceção”, disse Walter Jorge João.
Tarcisio Palhano destacou o empenho do CFF na definição de ações para melhorar o atendimento a pessoa com deficiência. “O farmacêutico deve estar comprometido com a missão de realizar um atendimento que seja inclusivo, que faça a diferença no bem-estar e na qualidade de vida das pessoas, sem exceção”, completou.
“O CFF fez história ao ser o primeiro conselho de classe a atentar-se para a urgência da atuação profissional junto à pessoa com deficiência. A nossa expectativa é que essa apresentação feita no congresso desperte, nos demais conselhos de classe o desejo de atuarem na inclusão das pessoas com deficiência”, disse Karla Danielle Luz, presidente da Comissão Organizadora do Congresso.
De acordo com Deuzilane Muniz Nunes, uma das organizadoras do evento, toda a programação foi pensada com o objetivo de contribuir para a formação de estudantes e profissionais da saúde no tocante ao atendimento digno à pessoa surda. “E por atendimento digno entendemos o direito que a pessoa surda tem de ser devidamente acolhida. Inúmeros são os casos e relatos de negligência e descaso à saúde da pessoa surda; pessoas que receberam diagnósticos errados, que foram motivos de piada em atendimentos de saúde, entre outras dificuldades. Nossa esperança é ver essa realidade mudar”, disse.