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Garantia de tratamento reduz em 16% as mortes de Aids no Brasil

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2018-11-29 10:05:08

 

Dados ainda mostram que a transmissão do vírus do HIV para bebês na gestação caiu 43% em dez anos.

 

O número de casos e óbitos causados pela aids no Brasil diminuiu, de acordo com o novo Boletim Epidemiológico, divulgado na terça-feira (27), impulsionado pela garantia de tratamento para todos, melhora na qualidade e tempo do diagnóstico e testagem.

Em 2014, a taxa de mortalidade era de 5,7 para cada 100 mil habitantes. Em 2017, isso caiu para 4,8 mortes por 100 mil pessoas. Em 2012, a taxa de detecção da doença era de 21,7 casos por 100 mil habitantes. Em 2017, foram 18,3. Isso representa uma queda de 15,7%. Na comparação com 2014, a redução é de 12%, ou seja, saiu de 20,8 para 18,3 casos a cada 100 mil habitantes.

Foram registrados 926.742 casos de infecção por HIV no país de 1980 até junho deste ano. Segundo o relatório, eram 40 mil novos casos, em média, por ano.

O documento ainda aponta que a garantia de tratamento para todas as pessoas, lançada em 2013, foi uma das causas da redução. Além disso, a ampliação do acesso à testagem, redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento teriam contribuído com a queda.

“O Brasil tem dado a sua contribuição no combate à doença, com a garantia de tratamento e oferta de testes para identificar o vírus, mas é preciso conscientização da população, principalmente dos jovens, sobre a necessidade da prevenção. Só com uso de preservativos, vamos evitar e combater o HIV e a Aids”, disse Gilberto Occhi, ministro da Saúde, em evento realizado em Brasília (DF).

O Boletim também mostra que houve queda na transmissão vertical do HIV, ou seja, quando o feto é infectado durante a gestação. A taxa do vírus em bebes caiu 43% em dez anos, de 2007 a 2017. Foram de 3,5 casos para 2 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2017, a taxa de detecção foi de 2,8 casos por 100 mil habitantes. O motivo indicado para isso é o aumento da testagem na Rede Cegonha, projeto do Ministério da Saúde de cuidados na gravidez.

O documento ainda mostra que, nos últimos sete anos, houve redução de 56% de infecções de HIV em crianças expostas infectadas pelo vírus após 18 meses de acompanhamento.

De acordo com o relatório, 73% das novas infecções de HIV que ocorrem no Brasil são em homens, sendo que 70% dos casos entre homens de 15 a 39 anos de idade.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes para a detecção do vírus de maneira mais ágil. Em 2018, foram distribuídos 12,5 milhões de unidades.

A detecção do vírus impacta no início precoce do tratamento. Por isso, o Boletim informou que a partir de janeiro de 2019 haverá oferta do autoteste de HIV na rede pública de saúde, indicados para populações-chave e pessoas ou parceiros que usam medicamento de pré-exposição ao vírus.

Serão 400 mil unidade distribuídas em um projeto piloto nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, todas no estado paulista. As capitais Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus também serão englobadas.