Sincofarma SP

Greve de caminhoneiros deixa hospitais de SP sem oxigênio e farmácias, sem medicamentos

Compartilhe:

Facebook
LinkedIn
WhatsApp

2018-05-28 11:00:08

 

Pai de Samuel, que faz tratamento para câncer, não conseguiu abastecer seu carro e levou bebê de dez meses ao hospital de trem.

Hospitais e farmácias de São Paulo estão em alerta com o cancelamento de cirurgias e com a falta de medicamentos, de acordo com o SP2 desta sexta-feira (25).

Na capital, o Samu tem conseguido operar normalmente, mas já está na reserva técnica. As ambulâncias foram abastecidas, mas o tanque da Secretaria Municipal da Saúde, que tem capacidade para 15 mil litros de combustível, tem apenas 1,8 mil.

“A gente está projetando uma reserva técnica para três dias. Se a greve perdurar, trabalharemos com novos planos de contingenciamento”, disse Marcelo Itiro Takano, coordenador municipal de urgências e emergências.

No Hospital do Rim, referência em transplantes, o estoque de oxigênio termina na segunda-feira (28), enquanto o de alimentos e de roupa para o centro cirúrgico deve acabar na terça (29). Segundo o diretor do hospital, muitos funcionários estão atrasando ou faltando ao trabalho.

HC

A greve afetou o movimento de ambulâncias no Hospital das Clínicas (HC), o maior hospital do país. Nesta sexta, um dos veículos só conseguiu transportar pacientes por causa de uma doação. “Nós contamos com a colaboração de uma transportadora, que cedeu combustível para a viagem”, disse o motorista Antônio José Fogaça.

Pacientes também sofreram. O pedreiro Rogério Salvador de Campos leva constantemente o filho, Samuel, de 10 meses, ao Instituto da Criança do HC para tratar um câncer no tórax. A viagem de Mogi das Cruzes a São Paulo é sempre de carro, mas, nesta sexta, sem conseguir abastecer, o pai trouxe o menino de trem. “Um empurra-empurra, uma coisa muito estressante. Estressante para a gente, para ele que é criança, então, é complicado.”

Medicamentos

Nas farmácias, a situação é de alerta. Nos municípios da região metropolitana, a associação do setor fez um apelo para que os caminhoneiros regularizem o abastecimento, pois alguns medicamentos já estão em falta.

“Temos uma falta de termolábeis, que são medicamentos refrigerados, como a insulina e produtos para asma, que podem precisar de refrigeração. Como os produtos estão sendo parados nas barreiras, não conseguem chegar nas farmácias. Esse é o nosso principal problema hoje”, disse Sergio Menna Barreto, presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).