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Remédios podem causar riscos à saúde se descartados em lixo comum, diz Conselho Regional de Farmácia do Paraná

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2018-07-04 11:00:08

 

Farmácias oferecem urnas para descarte correto; especialistas alertam para a importância de separar remédios do lixo doméstico.

Descartar remédios vencidos ou fora de uso no lixo comum, vaso sanitário ou esgoto pode causar riscos à saúde, segundo o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR).

O Conselho ressalta que, se descartados de forma irregular, os componentes químicos dos remédios podem voltar à população por meio da água e de alimentos.

Conforme o CRF, os produtos podem causar intoxicação em animais e até mesmo em pessoas que tiverem contato com itens contaminados.

“Estudos feitos no Brasil e em outros países revelam que grande parte da população descarta remédios em lixo comum. A questão é que a população não sabe onde levar estes medicamentos vencidos ou em desuso”, diz o coordenador do Grupo de Trabalhos Sobre Medicamentos do CRF-PR, Javier Ganarra Júnior.

Impacto ambiental

Ganarra afirma que outra preocupação em relação ao assunto é o risco de impacto ambiental que os medicamentos podem causar. Segundo Ganarra, o descarte de remédios pode afetar o ciclo do meio ambiente.

“Os medicamentos têm uma caraterística importante que é o longo tempo de decomposição ou, como a gente fala, o medicamento tem persistência ambiental”, comenta.

Ainda conforme Ganarra, produtos como remédios anti-inflamatórios estão entre os mais consumidos e são poluentes ambientais perigosos, que podem provocar mutações genéticas e hormonais em animais, ou até mesmo a contaminação de solo ou lençol freático.

Onde descartar?

No Paraná, o programa Descarte Consciente, iniciado em 2014, recolheu mais de quatro toneladas de remédios, em uma parceria do CRF com a Prefeitura de Curitiba e laboratórios farmacêuticos.

A iniciativa insere urnas de coleta de medicamentos vencidos em estabelecimentos de saúde, para que os clientes possam depositar os remédios que não podem mais ser usados.

Atualmente, são cerca de 30 urnas coletoras de remédios espalhadas em farmácias de Cuitiba, Região Metropolitana e Toledo. Em 2018, o projeto entrou em fase de expansão, com a previsão de atingir 120 urnas para coleta de remédios vencidos em todo o Paraná.

O Conselho Regional de Farmácia orienta para que os moradores entrem em contato com a vigilância sanitária ou secretarias de Saúde e do Meio Ambiente dos municípios para consultar onde há pontos de coleta de remédios.

Como funciona o programa

O paciente leva os remédios vencidos até um ponto de descarte. Na urna de coleta, a pessoa separa a embalagem de papel, a bula e os medicamentos vencidos.

As embalagens de papel devem ser rasgadas antes do descarte. Os remédios recolhidos nas urnas pelo programa Descarte Consiente são incinerados por empresas especializadas.

Orientação médica

Os medicamentos armazenados em casa são, muitas vezes, segundo o CRF, sobras de caixas compradas durante um tratamento ou até mesmo resultado da prática de automedicação.

A médica Marília Cristina Campos de Camargo comenta que trata-se de uma prática que traz riscos à saúde.

“As pessoas podem confundir facilmente sintomas que elas consideram rotineiros com problemas muito mais sérios”, afirma.