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Alta dos juros de longo prazo favorece aplicações na bolsa e em renda fixa

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2018-07-04 11:00:08

 

Incerteza eleitoral, pressão cambial, fraco desempenho da economia e greve dos caminhoneiros elevaram os juros futuros.

A incerteza política com a qual o País convive neste ano eleitoral já é, por si só, um fator para complicar as decisões de investimento. Mas, além disso, a redução das perspectivas de crescimento e o desalento de empresários e consumidores com o fraco desempenho da economia vieram para comprometer o que se esperava deste ano. Como se não bastasse, os dados do primeiro semestre ainda foram prejudicados pela paralisação dos caminhoneiros no fim de maio.

No mercado financeiro, um dos efeitos práticos desses recentes eventos é a alta das taxas de juros de longo prazo. Isso porque a greve pressionou ainda mais o câmbio e reduziu a confiança dos investidores, aumentando o risco de se aplicar no País. Com isso, a reação do mercado é de elevar o prêmio para aplicações no Brasil, ou seja, aumentar as taxas de juros para atrair e/ou manter o capital aqui.

No curto prazo, o Banco Central deve manter a taxa Selic em 6,5%, como fez recentemente, mas a perspectiva é de alta, uma vez que o mercado de câmbio e a atividade política são fatores importantes para as decisões da autoridade monetária.

Com a alta dos juros futuros, a atratividade das aplicações em ações cai. O Ibovespa ilustra essa reação. O principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira, que chegou a atingir 85 mil pontos, está agora em torno de 70 mil pontos.

Em função dessa queda significativa, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ressalta que, em tese, esse pode ser um bom momento para aplicar na Bolsa. O investidor deve ter em mente que o Ibovespa pode até mesmo ultrapassar os 85 mil pontos ainda neste ano, desde que o candidato eleito para a Presidência da República seja favorável a reformas e tiver, além desse discurso, credibilidade dos mercados para conduzir a implementação dessas políticas. Portanto, quem quer aproveitar esse momento em que o Ibovespa está mais barato tem que avaliar se acredita na vitória de um candidato que segue essa linha.

Para os mais conservadores, os juros mais altos no mercado futuro abrem novas oportunidades para quem quer aplicar em renda fixa por prazos superiores a um ano, sendo o ideal de dois a cinco anos. Nos últimos três meses, os juros de aplicações mais longas, superiores a um ano, vêm subindo. Com isso, o investidor pode obter bons resultados com segurança.

O estresse do período eleitoral também pode afetar a renda fixa, mas com menos volatilidade e sustos. Contudo, vale um lembrete: não há defesa possível para patrimônio e investimentos diante de um “desastre” eleitoral. De qualquer modo, a Entidade considera a hipótese de algo desse tipo ocorrer nessas eleições bastante baixa.