2018-07-31 12:00:08
O comércio varejista no Estado de São Paulo eliminou 1.791 postos formais de trabalho em maio, resultado de 75.112 admissões e 76.903 desligamentos. Com isso, o varejo paulista encerrou o mês com um estoque de 2.061.288 vínculos empregatícios com carteira assinada. No acumulado de 12 meses, são 8.109 empregos formais a mais, o que reverte o cenário negativo observado nos três anos anteriores para o período.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Em maio, seis dos nove segmentos analisados registraram saldo negativo de empregos, com destaques para materiais de construção (-816 vagas) e para as lojas de vestuário, tecidos e calçados (-868 vagas). As farmácias e perfumarias impediram um resultado geral pior, ao abrir 694 novas vagas.
Em relação a maio de 2017, cinco atividades registraram aumento do estoque de empregos com carteira assinada, com destaque para eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (3,1%) e para as farmácias e perfumarias (2,8%). Por outro lado, lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1,6%) e lojas de móveis e decoração (-1,5%) apontaram as maiores quedas na mesma base comparativa.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o varejo paulista registrou mais desligamentos do que admissões nos três primeiros meses do ano. Esse ajuste no quadro de funcionários já era esperado após a melhor época de vendas do ano, o Natal, principalmente nos segmentos de supermercados e de lojas de vestuário, tecidos e calçados. Em abril, o setor voltou a registrar saldo positivo de empregos com a abertura de 2.340 vagas, criando boas perspectivas para os meses seguintes.
Entretanto, segundo a Entidade, a paralisação dos caminhoneiros foi um fator determinante para o resultado negativo apontado em maio, pois, além de gerar uma crise de desabastecimento, a greve também criou um clima de incerteza, com reflexos negativos imediatos sobre a confiança dos consumidores e empresários e, consequentemente, sobre a geração de vagas com carteira assinada. Para a FecomercioSP, esse cenário deve impactar negativamente também os dados de junho.
Varejo paulistano
Na capital, 432 vagas celetistas foram fechadas, resultado de 23.487 admissões contra 23.919 desligamentos. No acumulado de 12 meses, foram gerados 1.629 empregos com carteira assinada. O varejo paulistano encerrou o mês com um estoque total de 645.141 trabalhadores ativos, alta de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre as nove atividades pesquisadas, quatro registraram aumento no estoque de empregos celetistas em relação a maio de 2017, com destaque para os setores de farmácias e perfumarias (4,1%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (3%). As maiores retrações na mesma base comparativa foram registradas pelas lojas de móveis e decoração (-1,4%) e pelas lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1%).
Em termos absolutos, os 432 postos de trabalho fechados representam o segundo pior desempenho entre as 16 regiões analisadas no Estado. O varejo de materiais de construção (-294 vagas) e o grupo outras atividades (-202 empregos) puxaram a queda. Por outro lado, farmácias e perfumarias (321 vínculos) e concessionárias de veículos (130 empregos) geraram o maior número de vagas abertas no mês.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo) analisa o desempenho do mercado de trabalho formal em 16 regiões do estado e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; supermercados e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).