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Cientistas mostram que relação entre ‘dobras’ no cérebro pode prever risco de psicose

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2018-04-28 13:00:08

 

A interação entre as dobras do cérebro podem ser usadas para identificar pacientes com maior risco para a psicose, um estado mental comumente associado a esquizofrenias mais severas em que se percebe uma “perda progressiva de contato com a realidade”. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Basel, no Canadá, e publicado nesta quarta-feira (25) no ‘JAMA Psychiatry’.

Os pesquisadores André Schmidt e Lena Palaniyappan identificaram que dobras em várias regiões do cérebro interagem entre si e essa relação é prejudicada em pacientes de alto risco para a psicose. O processo de interação entre as dobras é conhecido como “gyrification” – ou “comunicação entre giros”.

Há muito tempo, hipóteses em trabalhos científicos levantam a hipótese de que quadros psicóticos podem ser causados por uma falha de comunicação entre grupos de células nervosas. No estudo, pesquisadores mostram como modernas técnicas de imagem podem tornar visíveis essas conexões; e, por consequência, possíveis erros.

A detecção precoce da psicose aumenta as chances de tratamento eficaz. Apesar disso, no entanto, a ciência ainda não possui exames disponíveis para identificar com precisão quem tem mais chance de desenvolver a condição — ainda mais em sua fase inicial, quando não há sintomas tão evidentes para a identificação em consultórios.

Como os cientistas conseguiram observar esse processo com exames de imagem, a ideia é que testes possam identificar essa relação em cada paciente na prática clínica.

Estudo fez comparou pessoas em risco com outras saudáveis

Para chegar à conclusão, os pesquisadores examinaram 44 pessoas saudáveis, 38 pacientes com primeiro episódio de psicose e 79 pessoas com risco aumentado da condição. Desse último grupo, 16 indivíduos já tinham desenvolvido um quadro completo de psicose.

Os resultados mostraram que, em comparação com o grupo saudável, pacientes com estado psicótico inicial e aqueles já com risco aumentado apresentaram integração reduzida entre os dobramentos. Os dobramamentos se apresentavam de forma mais segregada.

A análise também mostrou que os testes conseguiram identificar a condição com 80% de precisão. A equipe espera realizar novos estudos, com maior número de pacientes, para melhorar a técnica e avaliar sua capacidade de predição da psicose.