2018-05-10 13:00:08
Lúpus é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que, no Brasil, existem cerca de 100 mil pessoas com lúpus. Não existe uma causa estabelecida.
Uma doença crônica que, às vezes, tem um diagnóstico demorado. O nome completo é Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Disciplina é fundamental, tanto na mudança de hábitos como com a medicação.
Lúpus é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que, no Brasil, existem cerca de 100 mil pessoas com lúpus. Não existe uma causa estabelecida e não existem maneiras conhecidas de impedir o aparecimento da doença.
De acordo com o reumatologista da UERJ Evandro Mendes Klumb, o lúpus é uma doença do desequilíbrio. O conjunto das alterações ambientais, com fatores genéticos e hormonais, desequilibram o organismo, que passa a apresentar alterações imunológicas. A principal é a produção desregulada de anticorpos e causam inflamação nos órgãos.
O lúpus tem dois tipos: cutâneo (manchas na pele) e sistêmico (atinge um ou mais órgãos).
Sinais de alerta
- dor articular
- cansaço desproporcional e sem explicação
- manchas na pele
- queda de cabelo (porque o folículo fica inflamado)
- dor para respirar, parece uma dor muscular, mas não vai embora
- febre
Esses sintomas não precisam se manifestar ao mesmo tempo. Outros sintomas são: febre baixa, emagrecimento, anemia, perda de apetite, desânimo e fraqueza.
Também pode ocorrer mudanças no corpo:
- Lesões na pele (80% dos casos): a mais característica é a ‘borboleta’
- Dores com ou sem inchaço nas articulações das mãos, punhos, joelhos e pés
- Inflamação das membras que recobrem o pulmão e coração (pode não ter sintoma ou apresentar dor no peito, tosse seca e falta de ar)
- Inflamação nos rins (nefrite)
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Diagnóstico
Geralmente, são 18 meses entre o aparecimento do primeiro sintoma e diagnóstico de lúpus. Não existe um exame único que afirme a presença da doença. É uma junção de fatores. Exames e sintomas clínicos do paciente são analisados para fechar diagnóstico.
Tratamento
O tratamento depende do tipo de manifestação da doença. Ela não tem cura, mas pode ser controlada com remédios e alguns cuidados básicos, como:
- protetor solar;
- alimentação saudável e equilibrada;
- evitar condições que provoquem estresse;
- medidas de higiene;
- suspensão do uso de anticoncepcional com estrogênio;
- não fumar e não abusar do álcool;
- praticar atividade física.
As medicações para o lúpus se dividem em três categorias, organizadas como uma pirâmide. A base é composta por hidroxicloroquina, substância adotada, praticamente, em todos os tratamentos. No meio estão os corticoides e imunossupressores, usados em momentos de crises. No topo ficam os remédios para manifestações específicas, de acordo com o órgão afetado pela doença.
“A vantagem é que a gente começa a ter um arsenal terapêutico muito mais importante para lidar com a manifestação. Se eu tenho uma doença que é extremamente heterogênea, se ela se apresenta de diversas formas, eu posso atuar nela também de diversas formas”, explica o reumatologista do laboratório de lúpus da UNIFESP Edgard Reis.
Para o lúpus ficar controlado, só a medicação não basta. É fundamental fazer atividade física, de acordo com a capacidade do corpo, manter uma alimentação saudável e sempre se proteger do sol. Também é importante fazer acompanhamento médico com regularidade, porque, mesmo com os cuidados, a doença pode despertar e apresentar sinais diferentes a cada crise.