2018-02-01 10:00:08
Há cerca de 3 meses, a falta de alguns medicamentos controlados nas farmácias privadas de Campo Grande vem preocupando pacientes em tratamento contra a ansiedade, insônia e depressão. O desabastecimento ocorre principalmente com remédios de uso continuado, como Stilnox 10 mg, Lorax 2 mg e o Frontal, que sumiram das prateleiras e tem forçado especialistas a substituírem a precrição médica.
No caso do Stilnox, que possui zolpidem em sua fórmula – prescrito para quem tem dificuldade para dormir – somente a apresentação CR em 12,5 mg é encontrada na maioria das farmácias pesquisadas pela reportagem , na tarde desta segunda-feira (29).
Já o Lorax, que tem lorazepam como princípio ativo, está em falta na apresentação de 2 mg, sendo mais facilmente encontrado na quantidade de 1 mg.
Também está com estoque em baixa nos estabelecimentos, o Frontal, ansiolítico com alprazolam na fórmula. Ele é comercializado em comprimidos de 0,25 mg, 0,5 mg, 1,0 mg e 2,0 mg.
A demora na entrega de medicamentos, de acordo com o farmacêutico Ricardo Ostetto, ocorre por diversos motivos. “Devido à realização de testes pela vigilância sanitária, readaptações na fórmula ou na embalagem, ou até mesmo pela retirada de circulação. Nesse caso, temos conhecimento por meio de notas técnicas da agência nacional”, detalha.
Proprietário de uma farmácia na Avenida Mato Grosso, ele calcula que alguns medicamentos controlados deixaram de ser entregues pelos distribuidores há pelo menos 3 meses.
“Por dia, são mais de 30 pessoas que procuram remédios controlados. De 4 a 5 delas, perguntam pelo Stilnox, Lorax e o Frontal e reclamam muito quando não encontram, pois sentem insegurança de levar outros”, percebe.
Ele explica que normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinam a intercambialidade entre medicamentos.
“Temos uma relação das substituições permitidas. Em muitos casos, é possível trocar o remédio prescrito pelo médico por genéricos, mas sempre orientamos os clientes a procurarem o especialista de confiança”, reforça.
Impacto – Enquanto se abrem lacunas nas prateleiras, muita gente fica “angustiada”, ainda que todos os medicamentos citados na reportagem tenham correspondentes no mercado nacional.
É o que afirma o médico psiquiatra Marcos Estevão Moura. “Para o Stilnox, Lorax e Frontal, por exemplo, há medicamentos similares que podem ser prescritos quando há falta nas farmácias”, diz.
“Entretanto, a falta medicamentos é um problema muito sério devido ao fator psicológico. Os pacientes acreditam naquele remédio especificamente, prescrito pelo médico que tem sua total confiança. Tudo isso tem peso forte na evolução do tratamento”, ressalta.
A orientação é procurar o médico psiquiatra, para que possa reavaliar o estado do paciente e trocar a receita, indicando um medicamento similar. “Confiar é fundamental para esse paciente”, finaliza