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Pessoas com mais de 40 anos devem fazer teste para hepatite C, diz campanha

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2017-08-26 18:00:08

 

O vírus da hepatite C foi mapeado em 1989 nos Estados Unidos. O teste só passou a existir no Brasil em meado dos anos 1990. Soma-se a isso o fato de que a hepatite C é uma doença silenciosa: anos se passam e o vírus, sem avisar, pode levar à cirrose e ao câncer hepático.

Ainda, antes usava-se seringa de vidro no Brasil e agulha reutilizável — o que contribuiu para a disseminação do micro-organismo. Seringa de plástico só veio depois.

Com tudo isso, muita gente ainda pode ter o vírus da hepatite C sem saber: no caso, 1,5 milhão de pessoas, segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde.

E foi esse cenário de desconhecimento que estimulou o lançamento de campanha para a detecção precoce de hepatite C nesta sexta-feira (25) em São Paulo. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Hepatologia e da Sociedade Brasileira de Infectologia.“O teste só chegou ao Brasil em 1993, antes disso, não se conhecia o vírus. Por isso, a população acima de 40 anos é o principal alvo da campanha”, diz Edmundo A. Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Também, segundo o especialista, diabéticos devem fazer o teste. Isso porque a hepatite C tem uma relação íntima com a doença: portadores do vírus têm quatro vezes mais chance de desenvolver diabetes tipo 2.

“Não se sabe muito bem ao certo a relação, mas acredita-se que a hepatite C contribui para a resistência à insulina”, explica Lopes.

Como a hepatite C é transmitida pelo sangue, também usuários de drogas injetáveis e aqueles que possuem percings e tatuagens também podem ter sido expostos ao vírus caso material descartável não tenha sido usado.

O que é a hepatite C?

A hepatite C é uma lenta e gradual inflamação do fígado que, no limite, pode levar à cirrose e ao câncer hepático. Com isso, o órgão que tem a importante função de eliminar substâncias tóxicas do corpo pela filtragem do sangue, fica totalmente comprometido

“Estamos insistindo no diagnóstico porque hoje a chance de cura hoje é de mais de 90% e sem efeitos colaterais”, diz Sérgio Cimerman, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.