2017-02-17 13:32:26
Em pacientes com Esclerose Múltipla.
Análise post hoc dos dados da Fase III do estudo Clarity recentemente publicados no Multiple Sclerosis Journal mostrou uma redução da atrofia cerebral estatisticamente significativa em pacientes que estão recebendo comprimidos de Cladribina em comparação a pacientes que receberam placebo nos últimos dois anos. • Estes achados correlacionaram-se com os efeitos na progressão clínica, como medido pela escala EDSS, um método de quantificação da incapacidade decorrente da esclerose múltipla
São Paulo — A Merck, empresa alemã líder em ciência e tecnologia, anuncia a publicação dos dados da Fase III do estudo Clarity recentemente publicados no Multiple Sclerosis Journal. A análise mostrou que o uso de comprimidos de Cladribina reduziu a taxa anual de perda de volume cerebral — também conhecido como atrofia cerebral — em comparação ao placebo em pacientes com Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR).
Além disso, a análise constatou que pacientes com taxas mais baixas de atrofia cerebral demostraram maior probabilidade de permanecer livre da progressão da incapacidade em dois anos. Isto suporta as descobertas existentes que o aumento da perda de volume cerebral ao longo do tempo é associado a resultados clínicos piores, como aumento da progressão da incapacidade e alterações cognitivas em pacientes com EM.
“Evidências mostram que, em geral, a atrofia cerebral se acumula ao longo do curso da esclerose múltipla e está associada à progressão da incapacidade. Esta análise é importante porque confirma a ligação entre a atrofia cerebral reduzida e a redução da incapacidade encontrada no estudo Clarity “, disse Nicola De Stefano, principal autor da publicação e Professor Associado de Neurologia do Departamento de Medicina, Cirurgia e Neurociências da Universidade de Siena.
A Fase III do Clarity constituiu-se em um estudo randomizado, duplo-cego, controlado, que avaliou 1.326 pacientes com EMRR em uso de comprimidos de Cladribina e pacientes em uso de placebo, por dois anos (96 semanas). O Estudo Clarity encerrava como endpoint primário a taxa anualizada de surtos, e como endpoints secundários a proporção de pacientes que estavam livres de surtos e tempo para progressão da incapacidade. Estes endpoints e resultados de segurança foram publicados no The New England Jounal of Medicine.
Neste estudo, avaliou-se os dados de atrofia cerebral a partir dos índices de perda de volume cerebral (BVL) e da associação do decréscimo de volume com a piora da incapacidade confirmada em dois anos. A porcentagem média da perda de volume cerebral por ano foi significativamente reduzida em pacientes tratados com comprimidos de Cladribina 3,5 mg / kg (-0,56% ± 0,68, p = 0,010, n = 336) e 5,25 mg / kg (- 0,57% ± 0,72, p = 0,019, n = 351) em comparação com os pacientes tratados com placebo (- 0,70% ± 0,79, n = 338). O risco de progressão da incapacidade também foi significativamente menor em pacientes tratados com comprimidos de Cladribina 3,5 mg / kg (HR 0,63, IC 95% 0,438, 0,894; P = 0,010) e 5,25 mg / kg (HR 0,58, IC 95% 0,406, 0,833; p = 0,003) do que naqueles tratados com placebo. Após ajuste para o grupo de tratamento, o percentual da perda de volume por ano mostrou uma correlação significativa com a probabilidade cumulativa da progressão da incapacidade na população total do estudo (HR 0,67, IC 95% 0,571, 0,787; P = 0,0001).
“Estes resultados reforçam e demonstram o efeito consistente e positivo dos comprimidos de Cladribina na melhoria de endpoints clinicamente relevantes e na taxa de redução de surtos e redução de progressão de incapacidade, além de evidenciar a nossa determinação de fazer este medicamento disponível para pacientes que vivem com EMRR”, disse Steven Hildemann, MD, PhD, diretor Médico Global e chefe de Assuntos Médicos Globais e Segurança da Merck.
O Clarity foi um estudo multicêntrico com duração de dois anos (96 semanas), randomizado, duplo-cego, controlado com placebo. Ele randomizou 1.326 pacientes com EMRR de acordo com o critério McDonald. Os participantes do estudo foram divididos aleatoriamente para um dos três grupos de tratamento diferentes, constituídos por duas diferentes doses de comprimidos de Cladribina ou comprimidos de placebo correspondentes (proporção 1: 1: 1). O endpoint primário do estudo Clarity foi a taxa de surtos em 96 semanas. Os endpoints secundários incluíram critérios de imagem por Ressonância Magnética, a proporção de indivíduos livre de surtos e progressão da incapacidade em 96 semanas.
A linfopenia foi o evento adverso mais frequentemente notificado (EA) em pacientes tratados com comprimidos de Cladribina. A incidência de infecções foi de 48,3% com comprimidos de Cladribina e 42,5% com placebo, com 99,1% e 99,0% classificadas como leve a moderadas pelos investigadores.
Perfil —Cladribina em comprimidos é uma terapia oral de curta duração ainda em fase de estudos clínicos, que tem como alvo populações selecionadas de linfócitos considerados parte integrante do processo patológico da EM. O tratamento com Cladribina em comprimidos está atualmente sob investigação clínica e ainda não foi aprovado para o tratamento e/ou uso nos Estados Unidos, Canadá, Europa e nem no Brasil. Em julho de 2016, a Agência Europeia de Medicamentos [EMA] aceitou a indicação para Aplicação de Autorização de Introdução no Mercado (MAA), de Cladribina para o tratamento de esclerose múltipla, e aguarda resposta da avaliação.
O programa de desenvolvimento clínico para os comprimidos de Cladribina inclui: • O estudo Clarity (CLAdRIbine Tablets Tratando MS OrallY) e sua extensão: estudo Fase III de dois anos, placebo-controlado projetado para avaliar a eficácia e segurança de Cladribina comprimidos como monoterapia em pacientes com EMRR e sua extensão de dois anos projetada para fornecer dados sobre a segurança e a eficácia de longo prazo (4 anos) da administração prolongada de Cladribina.
- O estudo Oracle MS (ORAL CLadribine in Early MS): estudo Fase III de dois anos controlado com placebo destinado para avaliar a eficácia e segurança de Cladribina em pacientes com síndrome clínica isolada e alto risco de desenvolver esclerose múltipla (pacientes que tiveram um primeiro evento desmielinizante).
- O Onward (Oral Cladribine Added ON To Interferon beta-1a in Patients With Active Relapsing Disease): um estudo controlado por placebo, de fase II, destinado principalmente a avaliar a tolerabilidade de adicionar o tratamento de Cladribina a pacientes com formas ativas de EMRR e que estavam em uso de interferon beta 1a
- Premiere (Prospective Observational Long-term Safety Registry of Multiple Sclerosis Patients Who Have Participated in Cladribine Clinical Studies): dados de acompanhamento de longo prazo do estudo prospectivo, Premiere, para avaliar a segurança e eficácia do uso de comprimidos de Cladribina. O acompanhamento será composto por mais de 10.000 pacientes-ano de exposição no total, com acompanhamento em alguns pacientes que excedem oito anos de uso na conclusão do estudo.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e inflamatória do sistema nervoso central, de natureza neurológica não traumática, incapacitante, apresentando maior incidência em adultos jovens. Estima-se que aproximadamente 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. Embora os sintomas possam variar, os comuns incluem visão turva, dormência ou formigamento dos membros e problemas com força e coordenação. As formas reincidentes de EM são as mais comuns.
Perfil —A Merck é uma empresa de ciência e tecnologia líder nos setores de Cuidados com a Saúde, Life Science e Performance Materials. Cerca de 50 mil funcionários trabalham para desenvolver tecnologias que melhorem e aumentem a vida – de terapias com biofarmacêuticos para tratar o câncer ou esclerose múltipla, sistemas de ponta para a pesquisa científica e de produção, a cristais líquidos para smartphones e televisores LCD. Em 2015, a Merck obteve faturamento de € 12.8 bilhões em 66 países.
Fundada em 1688, a Merck é a empresa farmacêutica e química mais antiga do mundo. A família fundadora continua a ser a acionista majoritária do grupo de empresas de capital aberto. A Merck detém os direitos globais do nome e da marca da Merck em todo o mundo, exceto no Canadá e nos Estados Unidos, onde a empresa é conhecida como EMD Serono, EMD Millipore e EMD Performance Materials. | www.merck.com.br