2017-06-08 13:00:08
Um dos principais motores da economia brasileira, o consumo interno continua exibindo sinais de fraqueza, o que deve dificultar a saída da recessão em que o país afundou há mais de dois anos.
O consumo das famílias representa quase 65% do PIB (Produto Interno Bruto) e encolhe desde o início da recessão.
Indicadores colhidos por diferentes pesquisas sugerem que o humor dos consumidores sofreu um novo baque com a eclosão da crise política.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia voltou a crescer no primeiro trimestre, puxada pelo agronegócio e pelas exportações. Mas o consumo das famílias continuou em queda no período.
Embora a produção de bens de consumo duráveis, como geladeiras e carros, tenha apresentado alta de 0,6% em relação a abril de 2016, o desempenho de produtos como como vestuário, calçados e alimentos registrou declínio de quase 10%.
Após a delação dos donos da JBS vir a público, os índices que procuram medir a confiança do consumidor registraram quedas expressivas.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio de São Paulo, que capta o humor dos paulistanos para as compras, já vinha oscilando desde o início do ano e teve uma performance sofrível de abril para maio, com queda de 7%.
Para Marcelo Azevedo, da CNI, uma “recuperação fantástica” do consumo está “fora de cogitação”.
O índice que mede a satisfação das famílias com a atual situação financeira piorou mesmo com o recuo dos juros e da inflação e com a liberação dos recursos de contas inativas do FGTS pelo governo que tinha como um de seus objetivos exatamente o pagamento de dívidas.
Viviane Seda, coordenadora da Sondagem do Consumidor da FGV, diz que o consumidor espera, acima de tudo, melhora do mercado de trabalho, além de estabilidade mínima econômica e política.