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As farmácias e drogarias tiveram destaque positivo na quinta edição da pesquisa sobre perdas no varejo brasileiro. Uma notícia alentadora, a julgar pela crescente complexidade para administrar os estoques e os cenários que comprometem toda a cadeia farmacêutica – incluindo a falta de medicamentos e a dependência de insumos.
O estudo analisa a operação das 131 maiores varejistas do Brasil em 2021, representando 11 segmentos e cerca de 100 mil PDVs em 16 estados e no Distrito Federal. A elaboração partiu da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe), com apoio da consultoria KPMG.
Na comparação com 2019, período anterior à pandemia, as perdas do setor caíram de 1,28% para 0,89% sobre o faturamento total, o que envolve furtos, roubos, desvios, avarias e má administração do estoque. O índice está abaixo da média geral de 1,21% e é bem inferior ao de segmentos como o supermercadista (2,15%) e perfumarias (1,74%).
Na análise qualitativa dos indicadores, o varejo farmacêutico esteve entre os seis setores com acurácia acima de 90% na administração do inventário (90,84%).
Pandemia foi gatilho para reduzir perdas no varejo
Para os especialistas responsáveis pelo estudo, a pandemia serviu como um gatilho para o varejo farmacêutico acelerar a modernização de seus processos e atender ao crescente nível de exigência de seus consumidores. “A demanda por produtos relacionados à Covid-19, o advento de categorias como as de suplementos vitamínicos e a digitalização das vendas exigiram mais dinamismo das farmácias e um maior apuro no controle do mix”, avalia Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.
Distribuição das perdas
Embora o nível de ruptura nas farmácias tenha subido de 4,05% para 6,76% na comparação com 2020, a ausência de produto por má gestão comercial segue em patamar inferior ao das lojas de eletromóveis (10,08%) e supermercados (9,08%).
As chamadas quebras operacionais representaram 68,5% das perdas no varejo farmacêutico, contra 77% da média geral. “É um indicador muito positivo se levarmos em conta a maior diversidade de serviços no canal farma, por conta do modelo de assistência farmacêutica, e a retomada do fluxo de clientes na loja física”, analisa.
Ao mesmo tempo, a necessidade de investir em ferramentas de comércio eletrônico estimulou o varejo farma a apostar em novas tecnologias como o RFID, para controle de vencimento dos produtos. Outras inovações que começam a se tornar realidade são as ferramentas de data analytics e o uso de câmeras com inteligência artificial para capturar inconsistências nos layouts dos PDVs.
“Mesmo em um panorama com tantos desafios operacionais, o varejo cresceu em faturamento. Entretanto, sem um trabalho com análise dos resultados e agilidade nas ações de prevenção não teríamos conseguido resultados positivos”, acredita Santos.
Fonte: Panorama Farmacêutico