Com precauções sobre o coronavírus e até sobre a varíola dos macacos, parece não sobrar espaço para mais uma doença – e é por isso que o surto de meningite meningocócica tipo C tem causado tanta preocupação na cidade de São Paulo, como alerta para todo o país.
O surto da doença tem chamado atenção na cidade de São Paulo, especialmente nos bairros de Vila Formosa e Aricanduva, onde causou a morte de cinco pessoas desde 16 de julho. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram 702 mortes de brasileiros por meningites, ao longo deste ano – tendo sido registrados mais de 5,8 mil casos no país até o momento.
A vacinação, a melhor forma de prevenção contra todos os tipos de meningite, está disponível, mas ainda tem baixa adesão. A campanha nacional de vacinação contra a meningite meningocócica C, por exemplo, terminaria no dia 30 de setembro, mas alguns estados brasileiros decidiram prorrogar a vacinação por conta da baixa cobertura – que não passa de 52,08% da população-alvo.
O que é meningite?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a meningite infecta mais de 5 milhões de pessoas por ano no mundo todo. A cada dez pacientes, um morre por conta da doença e outros dois ficam com sequelas. Trata-se de uma infecção que afeta, principalmente, as chamadas meninges – três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.
“A meningite pode causar danos cerebrais bastante graves e, se não for tratada rápida e corretamente, seu índice de mortalidade é alto”, explica o Dr. Octavio Fernandes, infectologista e vice-presidente de Operações do Labi Exames.
A doença pode acometer qualquer pessoa. No entanto, é mais comum em bebês, crianças em idade pré-escolar e jovens. As crianças entre 6 meses e 1 ano são as mais vulneráveis à infecção, já que possuem um sistema imunológico mais frágil e ainda não desenvolveram os anticorpos necessários para combater a doença.
O surto atual é da meningite considerada mais grave, a bacteriana (ou tipo C), causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo.
Essa variante é a responsável pela maior parte dos casos graves e óbitos, e é bastante contagiosa, com potencial epidêmico – ou seja, caso não seja controlada rapidamente, pode se espalhar com velocidade para outras pessoas, gerando um aumento exponencial no número de casos.
Foto: Freepik
Sintomas e prevenção contra a meningite
Os sintomas da doença costumam variar de acordo com o tipo, mas, considerando o atual surto da variante bacteriana, vale a pena ficar atento aos seus sinais:
- Febre
- Mal-estar
- Vômitos frequentes
- Dores de cabeça fortes e dores no pescoço
- Dificuldade para encostar o queixo no peito
- Confusão ou dificuldade de concentração
- Convulsões
- Sonolência ou dificuldade para acordar
- Sensibilidade à luz
- Falta de apetite ou sede
- Manchas vermelhas espalhadas pelo corpo
Aqui, um detalhe importante: as manchas são um sinal de que a infecção está se espalhando rapidamente pelo sangue, e o paciente deve buscar ajuda médica imediatamente. No caso dos bebês, é importante que papais e mamães fiquem atentos à moleira da criança, que tende a ficar elevada nesses casos.
Mais do que tudo, é importante manter a carteirinha de vacinação atualizada com as doses de vacinas protetoras contra a meningite.
“A melhor e mais eficaz prevenção contra a meningite é a vacinação, já que o imunizante protege contra os principais micro-organismos que podem provocar a doença”, explica o médico. “Dessa forma, mesmo que a pessoa tenha contato com os vírus ou bactérias responsáveis pela meningite, o risco de desenvolver a doença em pessoas vacinadas é muito baixo e as chances de apresentar complicações decorrentes da meningite são quase zero.”
Vacinação contra o meningococo
O calendário vacinal do Ministério da Saúde abrange, normalmente, apenas crianças, adolescentes e idosos na vacinação contra meningite, mas adultos também podem se vacinar e atualizar a carteirinha de vacinação, segundo orientação médica.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C (Conjugada) no seguinte esquema:
- Duas doses, aos 3 e 5 meses, e um reforço aos 12 meses (de preferência).
Por conta do surto recente, o Ministério da Saúde recomenda que, se a criança não tiver se vacinado até os 10 anos, deve tomar uma dose da meningocócica C.
No sistema particular de saúde, as opções são variadas. O Labi Exames, por exemplo, oferece opções para quem pretende se proteger contra a meningite do tipo C.
- Vacina ACWY: protege contra as formas mais graves e letais da doença, causadas pelos meningococos tipos A, C, W e Y.
Vacina de Meningite B: protege contra meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo do tipo B.
Veja mais
Inédito – Auriculoterapia – Como é a Atuação Farmacêutica
Foto: Freepik
Fonte: ABCFarma