Sincofarma SP

Novo medicamento para Parkinson forma inalatória – Crônica Gustavo Alves

Compartilhe:

Facebook
LinkedIn
WhatsApp

A demência de Parkinson é uma das mais frequentes doenças neurodegenerativas que existem, e pode afetar não somente pessoas idosas, embora a maioria dos pacientes com esse transtorno seja maior de 65 anos.

A doença de Parkinson afeta mais os homens e isso se deve a um gene que os torna mais vulneráveis, embora as mulheres tenham maior expectativa de vida. Por exemplo, em Alzheimer a proporção é maior nas mulheres do que nos homens.

James Parkinson foi o primeiro a descrever esta doença em 1817 e ele a chamou de “paralisia agitante”. Somente em 1970 surgiu a Levodopa, até hoje o medicamento mais usado e com resultados muito importantes. É bom lembrar que Parkinson não tem cura, mas pode ser tratada e quando o tratamento é seguido à risca e com acompanhamento médico, a qualidade de vida do paciente melhora bastante.

 

Leia também: Lições para o varejo encantar os consumidores mais velhos, 50+

 

A lentidão dos movimentos, rigidez dos membros e o tremor de repouso são as principais características desta doença, mas ela tem outros sinais e sintomas como a voz baixa e rouca, seborreia, fadiga, alteração da marcha (forma de andar), dentre outras.

Existem vários medicamentos para tratar a doença de Parkinson, e eles possuem mecanismos de ação (efeitos) diferentes, mas todos buscam mitigar o impacto das alterações motoras.

É bom lembrar que se em Alzheimer os maiores problemas estão relacionados às questões cognitivas, em Parkinson, o comprometimento é motor, ou seja, nos movimentos.

 


Reprodução

 

Estive semana passada em um Congresso Internacional de Farmácia, o “Midyear Clinical Meeting 2022”, promovido pela Sociedade Americana de Farmácia Clínica, na cidade de Las Vegas, Nevada, EUA. Neste evento foi discutido o uso da Levodopa na forma inalatória, medicamento lançado nos EUA em 2019, para tratamento do Parkinson.

Exatamente a mesma Levodopa dos anos 1970, mas agora na forma inalatória, e sua grande vantagem, dar cobertura para os chamados momentos “off” , que é quando os medicamentos em uso ficam sem exercer efeitos contra a doença. Os pacientes sofrem nestes períodos!

A fase “off” pode durar minutos ou até mais de 1 hora, e com a chegada da Levodopa inalatória, é possível eliminar ou reduzir parte deste problema.

A Levodopa na forma em pó para uso inalatório está disponível nos Estados Unidos, mas ainda não chegou ao Brasil. Lá nos EUA recebe o nome de INBRIJA®, fabricado pelo Acorda Therapeutics.

Existe a previsão de ser comercializado no Brasil em breve, por meio de uma parceria entre alguns laboratórios farmacêuticos.

Alguns pequenos efeitos adversos podem acontecer como irritação da garganta, tosse, náuseas, alterações do sono ou mesmo febre. Este medicamento deve ser usado com cautela em pacientes com problemas pulmonares, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica. Em alguns casos pode nem ser indicado o seu uso.

Na dúvida sobre medicamentos, procure sempre um farmacêutico.

 

Gustavo Alves Andrade dos Santos
Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Professor na Faculdade de Medicina São Leopoldo MANDIC de Araras
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma   Email: gusfarma@hotmail.com
 
Foto: Reprodução

Fonte: Sincofarma/SP – Gustavo Alves