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Confira 7 mitos e verdades sobre doenças inflamatórias intestinais

Doenças inflamatórias intestinais

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Quando falamos em doenças inflamatórias intestinais, nos referimos a basicamente duas delas: Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa.

 

A primeira, pode acometer todo o trato gastrointestinal, da boca ao ânus; e a segunda, é restrita ao reto e cólon (intestino grosso). Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as doenças inflamatórias intestinais atingem mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. A convite da farmacêutica global Organon, a gastroenterologista Bianca Schiavetti explica os principais sintomas, tratamentos, mitos e verdades sobre elas.

 

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Segundo a especialista, o tratamento para a Doença de Crohn, em casos mais leves, é feito com os imunossupressores. Nos pacientes que não respondem, ou naqueles que têm doença moderada/grave, já é indicado o uso de imunobiológicos. ‘’Já na Retocolite Ulcerativa, a grande maioria dos pacientes responde ao chamado tratamento convencional, com o uso de derivados aminossalicilatos”. Em caso de necessidade, podem ser usados imunossupressores e terapias avançadas, como as pequenas moléculas orais ou a terapia biológica’’, explica.

 

No Sistema Único de Saúde (SUS) o acesso a esses tratamentos é definido pelos PCDT (Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas), que abrangem o acesso a terapia biológica, tanto para a Doença de Crohn, como para Retocolite Ulcerativa. “O grande problema é que nem todas as medicações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão disponíveis para uso”, explica.

 

Por isso, ela ressalta a importância dos medicamentos biossimilares para acesso a tratamentos de qualidade. Disponíveis no Brasil desde 2015, os biossimilares são desenvolvidos tendo como referência fármacos cuja patente expirou. Eles têm um custo inferior aos medicamentos de referência e são desenvolvidos para funcionar no organismo de maneira idêntica ao produto originador, garantindo a mesma qualidade, eficácia e segurança. Para isso, passam por rigorosos testes antes de chegar ao mercado, além de ter a aprovação da Anvisa.

 

‘’É de extrema importância a participação de médicos, instituições e pacientes nas consultas públicas – iniciativa que visa promover o diálogo entre a administração pública e o cidadão. A entrada dos medicamentos biossimilares possibilita não só a tratar mais pacientes com determinada medicação, como também gera recursos financeiros para incorporação de novas tecnologias”, afirma.

 

Confira 7 mitos e verdades sobre doenças inflamatórias intestinais:

 

Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa têm sintomas parecidos

Verdade. Uma pequena porcentagem de pacientes, cerca de 5%, não têm claramente o diagnóstico definido entre essas patologias no início, e são classificados como portadores de uma Colite Indeterminada. O diagnóstico, portanto, é definido ao longo do curso da doença. Na Doença de Crohn, os sintomas variam de acordo com a localização da doença. Mas a dor abdominal crônica é o mais comum. Perda de peso e febre sem explicação, anemia, diarreia e lesões perianais (principalmente fístulas) também podem ocorrer. A fadiga é uma queixa comum e, nas crianças, a parada no crescimento. Já na Retocolite Ulcerativa, os sintomas são relacionados com a extensão e gravidade da inflamação. O mais comum é a diarreia com muco e sangue, geralmente precedida de cólica abdominal. Perda de peso, febre e anemia geralmente estão presentes em casos de maior gravidade e comprometimento nutricional.

 

Alimentos processados são fatores de risco para doenças inflamatórias intestinais

Verdade. Existem gatilhos ambientais conhecidos e alguns bem definidos, como alimentos processados e ultraprocessados, tabagismo, stress, uso de algumas medicações (excesso de antibióticos, por exemplo), entre outros.

 

Não é possível prevenir doenças inflamatórias intestinais

Mito. Hábitos como não fumar, praticar atividade física, manter uma boa saúde psicológica, ter qualidade de sono e evitar alimentos industrializados, podem ser úteis para prevenção, não só das doenças gastrointestinais, mas também de várias outras.

 

Doenças inflamatórias intestinais são hereditárias

Parcialmente verdade. Sabemos que existe uma predisposição genética. A história familiar está presente em cerca de 10% dos casos e pode haver maior probabilidade em pacientes portadores ou com familiares portadores de outras doenças imunomediadas (psoríase, espondiloartrites e outras).

 

Medicamentos biossimilares não são eficazes

Mito. Os medicamentos biossimilares são desenvolvidos tendo como referência fármacos cuja patente expirou. Eles têm um custo inferior aos medicamentos de referência e são desenvolvidos para funcionar no organismo de maneira idêntica ao produto originador, garantindo a mesma segurança, pureza e eficácia. Para isso, passam por rigorosos testes antes de chegar ao mercado, além de ter a aprovação da Anvisa.

 

Doenças inflamatórias intestinais

 

Medicamentos biossimilares aumentam chances de acesso a tratamentos

Verdade. Nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Retocolite Ulcerativa, temos dois biológicos com mecanismos de ação diferentes, além de uma pequena molécula oral. Já na Doença de Crohn, o PCDT se resume a três biológicos, sendo que todos eles atuam na mesma via inflamatória, o que gera uma grande demanda não atendida para aqueles que têm contraindicações ao uso de anti-TNF (medicamento biológico que bloqueia especificamente uma substância chamada Fator de Necrose Tumoral – TNF em inglês), eventos adversos, não resposta primária, ou perda de resposta secundária. Por isso é de extrema importância a entrada dos medicamentos biossimilares para garantir ampliação de opções para os pacientes.

 

A internet pode ser uma aliada para encontrar atendimento especializado

Verdade. Sites de instituições médicas como a Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB) e de associações de pacientes como a ABCD, possuem indicação de especialistas em cada estado. Sem falar das redes sociais, onde é fácil encontrar grupos e associações de pacientes que podem ajudar nessa busca; como também achar diretamente profissionais na área que divulgam conteúdo de qualidade.

 

 

Foto: Freepik
Fonte: ABCFarma