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Fechamento de unidades da Farmácia Popular afetará pacientes do Alto Tietê

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2017-06-29 13:00:08

 

Até agosto, governo federal vai fechar unidades próprias do programa e repasse será feito às secretárias municipais de Saúde.

Até agosto, o governo federal vai fechar todas as unidades próprias do Programa Farmácia Popular. O dinheiro gasto com elas vai agora para as secretarias municipais de Saúde que devem aumentar o estoque de remédios para compensar o fechamento das unidades.

Em Poá, essa mudança está pegando muita gente de surpresa. Quem vai até a unidade já não encontra remédios. “A resposta que deram é que não tem os medicamentos e que vai fechar”, disse o aposentado Pedro Rodrigues Cunha.

O aviso informa o público que falta pouco para o encerramento das atividades das unidades da Farmácia Popular, que disponibiliza medicamentos gratuitamente ou pelo valor de custo.

O governo federal anunciou que, a partir de agosto, vai destinar R$ 100 milhões anuais, que antes iam para a Farmácia Popular, para estados e municípios fazerem a compra direta de medicamentos oferecidos, por exemplo, nos postos de saúde.

O governo federal defende que a medida ampliará o acesso da população aos medicamentos, já que, em 2016, apenas 20% da verba repassada ao programa Farmácia Popular foi para a compra de remédios, o restante, segundo o Ministério da Saúde, foi para gastos com a infraestrutura de unidades, como a de Poá.

Tem gente que não concorda com a medida, principalmente, os que não querem ter que ir aos postos de saúde. “Nos postos de saúde é um descaso tremendo. Não tem remédio e o atendimento é péssimo. Pessoas incapazes em frente, atendendo a gente”, disse a aposentada Jesuíta Santos Amaral.

Enquanto uns vão sentir falta, outros estão longe disso. É o caso de um asilo que atende a 43 idosos. As funcionárias fazem a separação diária porque todos tomam remédios. Mas nenhum vem da Farmácia Popular. “Eu pego a medicação na rede básica nos postos. Todos estão disponíveis. O que tem de graça na Farmácia Popular, também tem no posto. Alguns medicamentos quando estão em falta, retiro quando for reestabelecido”, explica a cuidadora Izabel Tomaz.

Segundo a direção do asilo, 25% dos remédios usados são manipulados, o que segundo a Izabel sai mais barato do que comprar na Farmácia Popular, mesmo com o desconto por lá.

Os outros 75 % dos medicamentos não têm custo, já que saíram de postos de saúde. Por isso a cuidadora, aprovou a mudança do destino dos repasses. “Se for bem fiscalizado e funcionar, está ótimo.”

O Ministério da Saúde explica ainda que a rede própria da Farmácia Popular vai ser fechada, mas o projeto “Aqui tem Farmácia Popular” que funciona dentro de farmácias privadas, continua normalmente e vai ser, inclusive, ampliado.

A Prefeitura de Poá disse que essa rede credenciada tem parceria com sete drogarias da cidade, mas não se manifestou sobre a falta de remédios, como disse uma das entrevistadas. Informou apenas que estuda incorporar nos postos de saúde os remédios da Farmácia Popular que ainda não fazem parte da rede municipal.