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A expectativa é de que, até o início de abril, todos os laboratórios privados brasileiros tenham a imunização tetravalente disponível para a população acima de 6 meses.
Clínicas particulares de todo o País já começam a se preparar para a vacinação contra a gripe. A expectativa é de que, até o início de abril, todos os laboratórios privados brasileiros tenham a imunização tetravalente disponível para a população acima de 6 meses. Na rede pública, será ofertada a versão trivalente do imunizante para os grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Veja a lista abaixo.
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A imunização realizada pelo governo tem início pela região Norte do Brasil ainda em março. No restante do País, somente em abril.
“A vacinação contra a gripe se tornou uma barreira e cuidado muito importante para as pessoas não ficarem doentes. É a melhor ferramenta que a ciência dispõe no combate a doenças infecciosas como a gripe, que é uma doença grave, sistêmica e que impacta diretamente na qualidade de vida da população”,
afirma Fabiana Funk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC). Na esteira da influenza, destaca ela, vêm outras doenças que podem ser potencialmente graves, o que pode sobrecarregar os sistemas público e privado de saúde.
A gripe pode levar a consequências graves, principalmente na população acima de 60 anos, pois com o envelhecimento, o sistema imune passa por um processo natural de enfraquecimento, chamado imunossenescência.
“Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, o organismo fica mais suscetível a algumas doenças e infecções e pode também ocorrer diminuição da resposta vacinal. Como exemplo, um estudo demonstrou que idosos permaneceram com maior risco de AVC até dois meses após uma infecção pelo vírus influenza, o vírus da gripe. Além disso, pessoas com mais de 65 anos representam nove em dez óbitos e 63% das hospitalizações relacionadas à doença”, afirma Fabiana.
Comprovadamente, de acordo com a ABCVAC, a nova vacina tem proteção 24% superior contra a infecção por gripe em idosos, quando comparada com a vacina de dose padrão. Além disso, contribuiu para a redução de complicações decorrentes da doença, como diminuição de 27% de hospitalizações por pneumonia e de 18% nas internações por eventos cardiorrespiratórios.
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Vacina contra a gripe disponível na rede pública de saúde
A vacinação contra a gripe começará primeiro nos Estados do Norte do País. Conforme o Ministério da Saúde, a região receberá 6,5 milhões de doses da imunização para iniciar a aplicação ainda em março. A distribuição já começou a ser realizada.
Amapá: 264 mil doses
Roraima: 296 mil doses
Acre: 318 mil doses
Tocantins: 550 mil doses
Rondônia: 594 mil doses
Amazonas: 1,7 milhão de doses
Pará: 2,7 milhões de doses
“A antecipação ocorre por uma especificidade da região Norte, que enfrenta um período intenso de chuvas a partir de abril e, consequentemente, um aumento dos casos de influenza deste mês em diante. Além disso, a região também tem mais áreas de difícil acesso, o que requer uma logística de vacinação mais complexa”, afirma o Ministério da Saúde.
A previsão é de que no restante do País a vacina comece a ser aplicada em abril. A campanha é realizada antes da chegada do inverno, quando as baixas temperaturas levam ao aumento nos casos de doenças respiratórias.
Quem pode se vacinar na rede privada?
Todas as pessoas acima de 6 meses podem se vacinar na rede privada com a vacina quadrivalente contra a influenza. “Todas as pessoas que pertençam aos grupos prioritários, idosos, pessoas com comorbidades, podem se vacinar na rede pública com a vacina trivalente, mas isso não impede que estas pessoas optem por tomar a vacina quadrivalente na rede privada. Mas quem não faz parte dos grupos contemplados encontra ampla oferta na rede privada de vacinação”, afirma Fabiana, da ABCVAC.
“Há ainda uma forte presença na vacinação empresarial, já que o Brasil possui ao menos 30 mil empresas com mais de 100 funcionários e isso totaliza 30 milhões para se vacinarem diretamente no mercado privado.”
Quem pode se vacinar na rede pública?
Neste ano, os grupos prioritários na rede pública englobam:
Crianças com idades de 6 meses a menores de 4 anos
Gestantes e Puérperas
Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas
Trabalhadores da saúde
Pessoas maiores de 60 anos
Professores de escolas públicas e privadas
Pessoas com comorbidades
Pessoas com deficiência permanente
Profissionais das Forças Armadas, de segurança e salvamento
Caminhoneiros e caminhoneiras
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso
Trabalhadores portuários
Funcionários do sistema prisional
Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas
População privada de liberdade
Para crianças vacinadas pela primeira vez contra a gripe
Crianças com idades entre 6 meses e 8 anos 11 meses e 29 dias que nunca tomaram a vacina contra gripe, ou seja, em sua primovacinação, deverão tomar duas doses com intervalo de um mês entre elas.
Depois, passará a tomar uma dose normalmente por ano, como nas demais faixas etárias.
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Qual a diferença entre a vacina ofertada na rede pública e na rede privada?
Na rede privada: é composta por quatro sorotipos diferentes de Influenza.
A nova vacina também é quadrivalente e protege contra duas cepas de Influenza B e duas do Influenza A, apresentando quatro vezes mais antígenos, com diferencial de gerar maior estímulo ao sistema imunológico.
Na rede pública: é composta por três sorotipos diferentes de Influenza.
Os imunizantes utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) são trivalentes, produzidos pelo Instituto Butantan e distribuídos para toda a rede pública de saúde.
A composição da vacina muda a cada ano, de acordo com as cepas do vírus que mais circulam no momento, informadas nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para 2023, o imunizante é composto por duas cepas da Influenza A e uma cepa da Influenza B.
A pessoa que tomou a bivalente da covid-19 ou outras doses de reforço precisa fazer um intervalo para tomar a vacina da gripe?
“Entre a vacina bilavente ou qualquer uma das doses contra a covid-19 e a vacina contra a influenza não há necessidade de se fazer intervalo, inclusive podem ser tomadas no mesmo dia. Com exceção para a imunização contra o novo coronavírus para crianças até 11 anos. Para elas, é necessário que se espere até 15 dias”, afirma a presidente do Conselho de Administração da ABCVAC.
E se a pessoa estiver resfriada? Há restrições?
Mesmo se a pessoa estiver resfriada, ela pode tomar a vacina.
O ideal é que a pessoa tome a vacina antes das infecções virais começarem a circular, o que já acontece em alguns Estados. A campanha da rede pública foi antecipada na região Norte do País.
O que impede a pessoa de ser vacinada: apresentar alguma alergia a algum componente da vacina ou ter apresentado reação grave em anos anteriores ao receber a imunização.
Na rede privada, qual o preço médio da dose da vacina?
O preço médio varia muito dependendo da localidade, mas deve ficar neste ano entre R$ 90 e R$ 180.
Em abril já estará disponível nas principais clínicas de imunização do País?
“Parte dos laboratórios particulares já está com a vacina, mas, em abril, todas as clínicas particulares já terão a vacina da gripe disponível. Quanto antes a pessoa se vacinar, mais cedo estará protegida, até levando em consideração que a vacina da gripe leva em torno de 20 a 30 dias para fazer efeito”, afirma Fabiana.
Existe vacina conjunta contra a gripe e covid-19?
Não. “Quando começamos a divulgar a campanha de vacinação, chegaram muitas fake news, dizendo que dentro da vacina da gripe há componente bivalente contra a covid-19. Existem pesquisas ainda em fase inicial, pois vários laboratórios estão estudando esta possibilidade de fazer uma vacinação conjunta, mas isso ainda não está acontecendo”, diz a presidente do Conselho de Administração da ABCVAC.
Efluelda: vacina quadrivalente contra gripe de alta proteção para idosos
Neste ano, a população acima dos 60 anos contará com vacina tetravalente inativada de alta dose, recém-chegada ao Brasil, fabricada pela Sanofi. Segundo Patrícia Vanderborght, doutora em Biologia Molecular e genética humana pela Fiocruz e responsável pelo setor de Imunização Humana do Richet Medicina Diagnóstico, trata-se de uma vacina inativada e fragmentada, que tem como característica especial uma concentração de antígenos de influenza quatro vezes maior do que a vacina convencional e efetividade até 25% superior na proteção contra o vírus em idosos.
“Os idosos são o grupo mais vulnerável a infecções pelo vírus Influenza, apresentando o maior risco de complicações e formas graves”, afirma Patrícia.
Segundo a especialista, as pessoas acima dos 60 anos têm uma resposta inferior à vacina pelas próprias limitações do sistema imune nessa faixa etária, mas estudos mostram que o novo imunizante oferece a este grupo um nível de proteção semelhante ao observado com vacinas de dose padrão aplicadas em adultos mais jovens. “Isso com o mesmo perfil de segurança e com a mesma atualização anual de subtipos de Influenza que a vacina sazonal”, acrescenta a especialista.
A vacina tetravalente inativada de alta dose já é o imunizante recomendado pelo Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) para adultos com 65 anos ou mais.
No Brasil, por enquanto, ela estará disponível a partir de abril apenas em clínicas particulares, pelo valor médio de R$ 300.