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Existe esperança no uso da Semaglutida para o tratamento de Obesidade e Alzheimer?

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Existe uma mobilização por parte de pesquisadores e laboratórios farmacêuticos na busca de soluções para alguns problemas de saúde que afligem a humanidade.

 

Algumas doenças se destacam neste quesito: Depressão, obesidade, Diabetes, Alzheimer e Câncer.

 

Em 2018 chegou no Brasil a Semaglutida, um medicamento com proposta de controle dos níveis de açúcar bastante efetiva, além de excelentes resultados na redução de doenças cardíacas e dos danos renais. A Semaglutida é recomendada e teve sua aprovação para o tratamento do Diabetes tipo 2.

 

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A Semaglutida reproduz as mesmas ações de um hormônio que produzimos quando nos alimentamos, porém a diferença é que ela consegue permanecer ativa por mais tempo, estimulando a produção de insulina, reduzindo a secreção do Glucagon e principalmente desacelerando o esvaziamento gástrico. É como se o alimento que você ingeriu, demorasse mais tempo para ser digerido, ficasse mais tempo em seu estômago, sendo assim você passa a comer menos e fica saciado.

 

A questão interessante é que logo em seguida, pesquisadores descreveram o uso de Semaglutida como possível estratégia de combate à doença de Alzheimer. Não se trata de um medicamento comprovado para tratamento do Alzheimer, mas uma substância que demonstrou ação importante na melhora da cognição em pacientes idosos. A chamada fase do declínio cognitivo leve, que antecede algumas doenças neurodegenerativas, poderia ser tratada com o uso de Semaglutida. A Semaglutida mostrou efeitos positivos na redução da formação de placas amiloides que causam o Alzheimer; redução do processo inflamatório em Alzheimer e a redução do stress oxidativo. Entretanto os resultados das pesquisas de Semaglutida, neste momento, ainda são insuficientes para cravarmos seu uso no tratamento da Demência de Alzheimer.

 

Reprodução

 

Sem dúvida alguma, o que mais tem chamado a atenção e motivado o uso de Semaglutida atualmente, é a sua ação como remédio contra a obesidade.

 

Chamamos de uso “off label”, quando um medicamento é utilizado para uma indicação clínica diferente daquela para a qual ele foi criado. Exemplo: a Semaglutida foi desenvolvida como medicamento para tratar diabetes tipo 2, mas vinha demonstrando resultados efetivos na redução da obesidade.

 

Agora em 2023 seu uso foi liberado para o controle do peso corporal, neste caso falamos do medicamento injetável Wegovy® do laboratório Novo Nordisk.

 

Mas atenção, este medicamento só pode ser utilizado mediante prescrição e acompanhamento médico, requer uma série de exames prévios para avaliar a condição de saúde do paciente. Mesmo durante o tratamento os exames são solicitados e avaliados pelo médico.

 

Seu uso pode ser indicado, após avaliação médica, em pessoas com IMC igual ou acima de 30 Kg/m2 (obesidade) ou IMC igual ou maior que 27 Kg/m2 até 30 Kg/m2 (sobrepeso) em pacientes com ao menos uma das comorbidades relacionadas ao peso: disglicemia, hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular.

 

As reações adversas mais comuns no uso de Semaglutida são: náuseas, vômitos, diarreia.

 

Na dúvida sobre medicamentos, procure sempre um farmacêutico.

 

Gustavo Alves Andrade dos Santos

Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia

Professor na Faculdade de Medicina São Leopoldo MANDIC de Araras

Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

Twitter: @gustavofarmacia

Instagram: @gusfarma   Email: gusfarma@hotmail.com

 

 

Foto: Reprodução
Fonte: Gustavo Alves / Coluna