Dois produtos estéticos que podem ter causado complicações de saúde em, pelo menos, seis mulheres, tiveram a interdição cautelar da distribuição e comercialização.
Os casos, quatro em Goiás e dois no Paraná, são investigados pela Polícia Civil.
Com a proibição de uso, empresas com produtos InduMAX Fluído Coloidal Dermo Ultraconcentrado Tonificante — UP Glúteos e InduMAX Fluído Dermo Bioestimulador e Preenchedor Filler — CA Harmony em seus estoques precisam reter e guardá-los durante a vigência da resolução.
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De acordo com a delegada responsável pelo caso, Emília Podestà, a proprietária da empresa CosmoBeauty alegou que os produtos teriam registro e que não eram causadores das complicações, responsabilizando a técnica de aplicação das profissionais. Porém, segundo a Polícia Civil, nenhum dos produtos mencionados tem registro, e a forma de aplicação utilizada é a mesma que consta como orientação na caixa da substância.
A polícia explicou que os dois produtos que tiveram a comercialização interditada foram utilizados nos procedimentos estéticos investigados. Segundo a delegada, além das quatro mulheres que tiveram complicações em Goiás, foram identificadas duas outras pacientes que utilizaram os produtos no Paraná. Os sintomas apresentados por elas são os mesmos.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) deve detalhar a composição da fórmula dos produtos e se as substâncias podem estar associadas aos sintomas. Ainda de acordo com a delegada Emília, para os procedimentos no rosto, o produto usado é o Harmony Filler. Para o preenchimento dos glúteos, o uso das substâncias é combinado.
Complicações de saúde
Estado grave
Betânia Lima Guarda, 29 anos, ficou hospitalizada por quase 10 dias, sendo quase uma semana em uma unidade de terapia intensiva (UTI), após procedimento para aumentar o bumbum. A mulher chegou a ficar em estado grave, após quadro de embolia pulmonar.
A segunda vítima é uma mulher, de 41, que também teve complicações após a aplicação do produto. Ela foi encaminhada para um hospital, onde ficou internada por dois dias. No entanto, ela apresentou melhoras e se recupera em casa.
A terceira vítima, também moradora de Aparecida de Goiânia, prestou depoimento por vídeochamada por estar internada. “O caso dessa terceira vítima foi um pouco mais grave, ela teve sete paradas cardiorespiratórias, ficou internada na UTI, foi extubada, mas segue internada”, contou a delegada.
A quarta vítima é uma paciente do Paraná. Segundo a polícia, ela passou mal após fazer um procedimento do mesmo produto e precisou ser internada. Apesar de ter recebido alta do hospital, continua tendo dificuldades para respirar.