HPV – Vírus causa lesões que podem levar a tumores de colo de útero e pênis, entre outros; saiba como se proteger.
Um terço dos homens é portador do vírus do HPV, o papilomavírus humano, e um em cada cinco está infectado com um ou mais subtipos de alto risco, que estão relacionados ao câncer. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de uma revisão de estudos publicada no The Lancet Global Health.
O artigo avaliou a prevalência da infecção com base em trabalhos publicados entre 1995 e 2022, incluindo dados de 35 países. O tipo mais prevalente encontrado foi o 16, considerado de alto potencial oncogênico, seguido do 6, também associado a tumores. Os homens mais afetados em todos os países são os adultos jovens, principalmente na faixa dos 25 aos 29 anos.
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Segundo os autores, os resultados mostram que homens sexualmente ativos, independentemente da idade, são reservatórios da infecção genital e, portanto, é necessário aumentar as medidas de prevenção.
O HPV é transmitido principalmente por via sexual, seja vaginal, anal ou oral. Na maioria dos casos, o sistema imunológico consegue eliminá-lo rapidamente, mas, em outros, o vírus pode permanecer latente no organismo e ser reativado anos depois, resultando em verrugas genitais e lesões que têm o potencial de evoluir para câncer.
O tratamento varia de acordo com as características, como o número de lesões, o tamanho do tumor e a área afetada. Pode incluir o uso de pomadas com ação imunológica, cauterização das lesões e excisão cirúrgica.
Dos mais de 100 subtipos do vírus, aproximadamente 40 estão relacionados a infecções genitais. Dentre eles, alguns estão especialmente associados a um maior risco de câncer de colo de útero, vagina, ânus, pênis e tumores malignos na orofaringe.
“Trata-se de um vírus muito comum e extremamente transmissível. A enorme maioria da população, cerca de 70%, vai entrar em contato com ele em algum momento”, diz o urologista Daniel Suslik Zylbersztejn, do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador do Fleury Fertilidade.
Nem sempre os sintomas são visíveis, e pode haver microlesões difíceis de identificar. Existem exames específicos capazes de detectar o material genético do vírus para confirmar a infecção, como o exame de detecção de DNA pela técnica de PCR em tempo real, que também pode identificar o subtipo do HPV infectante. É importante destacar que até mesmo portadores assintomáticos podem transmitir o HPV.
Como prevenir o HPV?
“Além de usar preservativo nas relações sexuais, a vacina é fundamental pois prepara o sistema imune para responder melhor a uma infecção, ajudando a combater o vírus”, diz o médico. Zylbersztejn ainda lembra que “mesmo o uso do preservativo não previne 100% a infecção pelo HPV, pois o vírus pode estar em áreas da região genital não coberta pelo dispositivo, sendo por isso a vacina um método importante de redução de riscos”.
A vacina é segura e previne a infecção pelos quatro tipos mais prevalentes e associados a tumores. Está disponível na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, além de homens e mulheres imunossuprimidos, como portadores do HIV e transplantados, até 45 anos de idade. Na rede privada, já é possível encontrar a nova vacina nonavalente, que foi recentemente introduzida no Brasil e protege contra 9 subtipos do HPV.