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Semana Mundial da Contracepção: desinformação ainda é barreira

Semana Mundial da Contracepção

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Semana Mundial da Contracepção – No Brasil, 62% das mulheres que já engravidaram, tiveram pelo menos uma gestação não planejada.

 

No dia 26 de setembro é celebrado o Dia Mundial da Contracepção, um tema ainda rodeado de tabus, mas que merece cada vez mais atenção.

 

Isso porque uma pesquisa encomendada pela divisão farmacêutica da multinacional alemã Bayer em parceria com a Febrasgo, e desenvolvida pelo Instituto Ipec, mostrou que, no Brasil em 2021, 62% das entrevistadas que já engravidaram, tiveram pelo menos uma gestação que não foi planejada¹. Entre as que já tiveram alguma gravidez não planejada, 54% não usavam métodos contraceptivos².

 

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“A contracepção é rodeada de mitos: pílula engorda, Dispositivo Intrauterino (DIU) é ineficaz e a criança vai nascer com o dispositivo nas mãos; quem nunca teve filho não pode ter DIU, entre várias outras fake news. Então, a desinformação é a principal barreira a ser enfrentada”, informou o ginecologista e vice-presidente médico da divisão farmacêutica da Bayer no Brasil e na América Latina, Dr. Eli Lakryc.

 

Pílula de emergência

Outra pesquisa realizada pelo Ipec este ano, a pedido da Bayer*, mostrou, ainda, que 46% das mulheres entrevistadas não usam nenhum método contraceptivo. Mas, da fatia que usa, os principais métodos de escolha são as pílulas anticoncepcionais e os preservativos. E ambos têm a característica de dependerem da organização dos envolvidos e que podem ter alto risco de falha caso não haja uso correto.

 

Já 48% das mulheres que usam algum método contraceptivo dizem que a quantidade de hormônio influencia muito a sua escolha, porém 43% já precisaram recorrer à pílula de emergência (também conhecida como pílula do dia seguinte), que tem 10 vezes mais hormônios do que as pílulas anticoncepcionais de uso diário.

 

“A chamada pílula do dia seguinte é para uma emergência e não para ser usada a cada relação, toda semana ou todo mês. Além disso, os efeitos colaterais da pílula comum são os mesmos da pílula de emergência, mas intensificados. Quando se toma pílula de emergência uma, duas, três vezes na vida, não há nenhum problema. Mas o uso recorrente pode trazer efeitos colaterais e grandes riscos à saúde”, adverte o Dr. Lakryc, alertando que, em dez anos, houve um aumento de 445% no uso da pílula de emergência no Brasil.

 

Proteção combinada

Das entrevistadas que já usaram a pílula de emergência, 32% disseram não usar nenhum método anticoncepcional atualmente; 33% usam pílulas orais; e 24% afirmaram usar preservativos. Entretanto, apenas 5% das entrevistadas realizam a combinação entre pílula oral e preservativo, enquanto 82% das mulheres só utilizam preservativos.

 

“O preservativo é essencial para prevenir contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), porém, somente o preservativo não é um método confiável para evitar a gravidez, porque são passíveis a falhas, como estourar, ficar preso dentro da vagina, entre várias outras situações”, destacou a ginecologista e obstetra Dra. Luciana Talibeti.

 

Libido e bem-estar sexual

Hoje é preciso pensar na saúde feminina como um todo e não mais como algo meramente para evitar a gestação. Alguns métodos contraceptivos, por exemplo, podem influenciar diretamente na libido, causando impactos na autoestima, no relacionamento, na produtividade e na vida sexual.

 

“Cerca de 35% das mulheres se importam em sentir prazer e ter libido. Ou seja, a paciente quer sentir prazer sexual, ter boa autoestima, ser feliz e ter um bom relacionamento. Assim, a libido não é só importante para o sexo, mas também para a autoestima, devendo ser um ponto muito importante de atenção, afinal, alguns métodos contraceptivos, como as pílulas de uso oral, podem reduzir a libido após longos períodos de uso”, explica a Dra. Luciana, destacando que o método contraceptivo depende de cada mulher, e é necessário individualizar o tratamento ao máximo, buscando a melhor solução para a realidade de cada pessoa com útero.

 

“Há a necessidade de levar informações confiáveis sobre saúde reprodutiva da população para que conheçam as opções de métodos contraceptivos e possam fazer a melhor escolha pensando em termos de saúde, eficácia e o que funciona para cada realidade”, explica a Dra. Luciana.

 

Contraceptivos de longa duração

Os Dispositivos Intrauterinos, conhecidos como DIUs, são considerados um dos métodos mais eficazes, porém, ainda muito pouco utilizados. No mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 170 milhões de mulheres utilizam algum tipo de DIU, mas no Brasil, esse número é só de 6%, considerando os hormonais, de cobre ou prata e hormonais de baixa dose. Enquanto isso, nos Estados Unidos esse número chega a 14%³, sendo que outros métodos, como pílula injetáveis e laqueadura vem diminuindo e, na Ásia, o percentual sobe para 19%4.

 

A informação continua sendo a chave para o conhecimento, ainda que muitos mitos sigam bastante disseminados entre a população. Segundo o doutor Eli Lakryc, “muitas mulheres evitam certas alternativas por desconhecimento sobre suas reais características. O DIU hormonal, por exemplo, é um dos métodos contraceptivos mais eficazes que existem, com um índice de sucesso de 99,8% e ação de cinco anos, proporcionando mais segurança e conforto e impactos hormonais reduzidos. Além disso, por conter apenas progestágeno e promover a liberação de hormônio localmente no útero – e não na corrente sanguínea – o risco associado às tromboses é menor”.

 

Há ainda outras questões a serem desmistificadas. “Existe a percepção de que a inserção causa muita dor. Mas além de os materiais dos DIUs hormonais serem muito flexíveis, hoje existem opções modernas no mercado com tamanho menor e menos quantidade de hormônios, que podem se adaptar perfeitamente ao corpo da mulher. Além da contracepção, os DIUs hormonais também são eficientes em alguns tratamentos, como por exemplo sangramento uterino anormal (SUA). Por isso, é muito importante levar conhecimento para a população, pois ainda existem muitos mitos que envolvem os métodos contraceptivos de longa duração”, finaliza o Dr. Eli.

 

Atualmente, os DIUs hormonais fazem parte do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

 

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O autocuidado e a contracepção

A desinformação ainda é um entrave no país para um melhor planejamento familiar. Por isso, a educação desempenha um papel fundamental para que as pessoas com útero conquistem mais liberdade e possam planejar melhor quando – e se -, desejam ter filhos.

 

“Uma das barreiras que rondam a contracepção e o planejamento familiar é a desinformação. Um dos sete pilares do autocuidado, definidos pela OMS, é a busca por conhecimento e informações confiáveis em saúde. E essa é a nossa missão na Bayer”, explica a líder de comunicação para os negócios de saúde na Bayer, Lilian Torres.

 

“O nosso papel é pensar em qual impacto querermos trazer para a população. Muito mais do que ter as melhores soluções individualizadas, precisamos falar a mesma língua do consumidor. É preciso unir informação e ciência para criarmos oportunidades de desmistificar as informações e mitos. A desinformação priva a população de conhecimento que giram em torno da saúde de pessoas com útero”, ressalta Lilian. Nos últimos quatro anos, a Bayer divulga a campanha Liberdade Vem de Dentro, a fim de conscientizar ainda mais as mulheres para que dialoguem abertamente sobre saúde sexual e reprodutiva, liberdade de escolha e contracepção.

 

*A pesquisa realizada em 2023 pelo Instituto Ipec, a pedido da divisão farmacêutica da multinacional alemã Bayer, foi realizada com 2000 homens e mulheres internautas de todo o Brasil, com cotas de gênero, idade, classe e região geográfica. A pesquisa foi feita via internet com pessoas de 16 anos ou mais, das classes ABC.

 

 

Foto: Reprodução
Fonte: Guia da Farmácia