A venda dos remédios controlados, como antibióticos, entorpecentes e psicotrópicos, não está sendo acompanhada pela Anvisa e esse é um problema que chega a seu segundo aniversário. As informações são do UOL.
Em 2021, a agência deixou de utilizar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), alegando “instabilidade” no programa, que estava em funcionamento desde 2014.
Leia também: São Paulo restringe acesso à cannabis medicinal
A partir de então, as farmácias começaram a armazenar por si próprias os dados referentes a essas vendas. As varejistas devem manter esses registros por até dois anos e a única fiscalização atual é a presencial.
“Descontrole” dos remédios controlados prejudica estudos
Uma das maiores preocupações com esse apagão de dados é seu reflexo em estudos e pesquisas sobre a saúde pública. Isso porque, sem centralizar as informações a nível nacional, se torna mais difícil fazer um panorama claro de todo o país.
“A sociedade perde muito sem o SNGPC. Embora o sistema tivesse fragilidades, era uma fonte de dados potente, instalada no Brasil inteiro”, lamenta a doutora em saúde pública, Tatiana Ferreira.
A venda dos remédios controlados não está sendo acompanhada pela Anvisa
Apagão favorece fraudes e aumenta riscos
Outro ponto que merece especial atenção é que, sem a obrigatoriedade de compartilhar dados pelo sistema, se torna mais fácil acontecerem fraudes nas vendas de medicamentos controlados.
Fora isso, o uso desmedido de remédios como os antibióticos pode gerar resistência, o que se torna um risco a saúde pública.
Procurada pela reportagem, a Anvisa disse que busca uma solução para restabelecer o sistema.