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População desconhece fatores de risco para problemas cardíacos; veja os principais

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Pesquisa mostra que condições como hipertensão e diabetes não são lembradas pelas pessoas como fatores de risco para eventos cardiovasculares; médicos alertam que esse tipo de conhecimento é o primeiro passo para a prevenção

 

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 1 mil pessoas morrem todos os dias devido a esse grupo de problemas – o que representa uma morte a cada 90 segundos.

 

 

Apesar disso, um estudo recente, feito com 2.764 pessoas na capital paulista e em cidades do interior do Estado, mostrou que a maioria dos respondentes não conhece quais são os principais fatores de risco por trás de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo. Os dados são da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

Existem muitos fatores de risco para doenças cardíacas. Entre eles, os oito principais são: diabetescolesterol altoobesidade, hipertensão, sedentarismo, má alimentação, tabagismo e distúrbios do sono.

Os pesquisadores da Socesp foram às ruas com a intenção de medir o conhecimento das pessoas sobre esse cenário e entender seus hábitos. O que o estudo identificou foi um preocupante abismo entre o entendimento dos voluntários e o real perigo desses hábitos e condições. Veja:

  • Diabetes: Apenas 8% dos entrevistados mencionaram a doença como fator de risco. No entanto, segundo o Ministério da Saúde, pessoas com diabetes têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto;
  • Tabagismo: Enquanto somente 10% destacaram o tabaco como possível causador de problemas cardiovasculares, o uso da substância está associado a 25% dos casos de infarto agudo do miocárdio e quase metade dos derrames, de acordo com dados do Hospital do Coração (HCor);
  • Colesterol alto: Só 11% apontaram o colesterol elevado como fator de risco. Acontece que os altos níveis de colesterol “ruim” aumentam o risco de obstrução das artérias e, consequentemente, de infarto e acidente vascular cerebral;
  • Obesidade: Também11% reconheceram a obesidade como fator de risco. Entretanto, segundo informa o HCor, a obesidade e o excesso de peso causam mudanças importantes na estrutura e no tamanho do coração, além de comprometer seu funcionamento;
  • Hipertensão: 11% lembram dessa condição. Enquanto isso, no Brasil, 388 pessoas morrem por dia devido à hipertensão, segundo o Ministério da Saúde. Ela é é uma das principais causas de AVC, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca;
  • Sedentarismo: Apenas 12% associaram a falta de atividade física às doenças cardíacas. Segundo a SBC, o sedentarismo favorece o ganho de peso e o aumento da pressão arterial, da glicose e de lipídeos no sangue. Essa combinação eleva a probabilidade de eventos cardiovasculares.
  • Alimentação desequilibrada: 13% reconheceram a alimentação não saudável como um risco. Assim como o sedentarismo, uma dieta inadequada também serve como pano de fundo para problemas que ameaçam o coração, como obesidade, diabetes, elevação de colesterol e hipertensão arterial.
  • Distúrbios do sono: Somente 0,6% dos participantes citaram o sono como um aspecto importante da saúde do coração. Um estudo publicado pela revista Clinical Cardiology, em 2023, sugere que pessoas com insônia são mais 1,69 vezes mais propensas a ter um ataque cardíaco do que pessoas que não enfrentam problemas para dormir.

 

De acordo com o cardiologista Andrei Sposito, diretor da Socesp, é importante que as pessoas tomem conhecimento de que esses fatores podem estar relacionados a um maior risco de morte precoce e, assim, busquem o atendimento adequado. “Se essas questões estiverem bem controladas e ajustadas, a gente já teria um impacto muito grande no risco de as pessoas apresentarem uma doença cardiovascular”.

Segundo o cardiologista Miguel Antônio Moretti, diretor científico da entidade, um fato em especial chama a atenção sobre a pesquisa: embora as condições em si sejam conhecidas, muitas vezes não são consideradas como decisivas para a ocorrência de doenças cardiovasculares. “50% dos entrevistados conheciam os sintomas do diabetes, mas menos de 11% identificaram a doença como um fator de risco para doença cardiovascular”, exemplifica.

Para o médico, várias questões podem explicar essa desconexão, como a falta de diálogos profundos durante as consultas médicas. Ainda de acordo com ele, é essencial que o tratamento de uma condição como o diabetes tenha como foco a prevenção de doenças cardíacas, e que isso fique muito claro para o paciente.

 

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Os caminhos para a prevenção

Para Sposito, o primeiro passo para evitar problemas cardíacos é promover o acesso à informação. Afinal, tendo o conhecimento sobre o papel desses fatores de risco na saúde do coração, a pessoa pode buscar ajuda médica para controlá-los.

Moretti acrescenta que a melhor forma de se proteger contra doenças cardiovasculares é investir em um estilo de vida saudável, baseado na prática regular de exercícios físicos e também na manutenção de uma alimentação equilibrada. Nesse sentido, a principal dica é dar preferência a verduras, frutas e legumes, além de reduzir o consumo de alimentos cheios de açúcar, gordura e sal.

A pesquisa completa será apresentada pela primeira vez no Congresso da Socesp, que acontece no final deste mês.

 

Fonte: Estadão

Foto: Freepik