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‘Por que demorou tanto?’, questionam CEOs e empresários do setor farmacêutico sobre prisão de Sidney Oliveira

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A prisão do empresário Sidney Oliveira, nesta terça-feira (12), não surpreendeu o setor farmacêutico: “por que demorou tanto?”, ironizaram CEOs e empresários do ramo para o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC. O fundador da rede Ultrafarma é suspeito de fazer parte de um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda.

 

 

Há cerca de 20 anos, executivos do setor já se incomodavam com as promoções da Ultrafarma — até 50% de desconto em produtos — e passaram a suspeitar que o dono da rede de farmácias especializadas em genéricos teria privilégios com a indústria.

 

Os empresários, que preferem não se identificar, acreditam que fábricas de medicamentos vendiam lotes inteiros de produtos “frios”, sem registro em lugar algum e sem nota fiscal — ou com registros decorativos. Eles acreditam que os valores podem vir à tona na continuação das investigações da Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público nesta terça-feira (12).

 

Nesse mesmo dia, a reportagem do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC cobriu a maior feira do setor farmacêutico do Brasil, a Abrafarma, que acontece em São Paulo até esta quarta-feira (13). Foi lá que CEOs e empresários demonstraram a falta de surpresa sobre a prisão de Sidney.

 

 

Até então, o setor se sentia prejudicado. O lucro médio das lojas sobre os produtos é de 3%. Como fazer promoções tão grandiosas? Oliveira já havia afirmado que conseguia preços mais baixos porque comprava em grandes volumes. Mas, segundo os concorrentes, todas as redes de farmácias compravam em grandes volumes — algumas até mais do que a Ultrafarma — e nem por isso conseguiam tanto desconto com os fornecedores.

 

As informações tornam o suposto esquema de corrupção ainda maior. Empresários acreditam que mais envolvidos devem aparecer — não só nesse setor, como em outros.

 

Fast Shop envolvida: coincidência?

Ainda nesta terça, também foi preso Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop. A rede de lojas de eletrônicos também estaria envolvida naquele esquema original de devolução do ICMS por parte da Receita Estadual.

 

As duas redes, Ultrafarma e Fast Shop, têm presença forte apenas no estado de São Paulo. Coincidência? De acordo com os empresários, não. São Paulo é o único estado sem fiscalização da Receita nas divisas. Além disso, segundo eles, “a fiscalização em fábricas, depósitos ou lojas é frouxa”.

 

O setor cobra do Estado um trabalho mais rígido para não atrapalhar os negócios.

 

Fonte: Times Brasil
Foto: Reprodução